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Alta do dólar muda planos de férias
Por Bárbara Ladeia e Leone Farias
19/10/2008 | 07:12
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A valorização do dólar, que nas últimas semanas passou rapidamente de R$ 1,60 para R$ 2,10, tem levado ao adiamento das viagens ao Exterior e abre a perspectiva de fortalecimento do turismo doméstico.

O susto com a moeda americana foi o que fez a professora de Enfermagem Elisabeth Santinoni Rodrigues, moradora de Diadema, desistir de acertar, para início de 2009, um cruzeiro (cotado em dólar) com seu marido, Franklin Luís dos Santos. A viagem sairia por cerca de US$ 1.500 por pessoa . "Agora não sei vou para o Pantanal ou vou de carro para a Paraíba, a passeio", afirmou.

Com a mudança do câmbio, as empresas do setor se preparam para fortalecer as vendas de pacotes domésticos. É o caso da CVC, que tem sede em Santo André e é a maior operadora turística da América Latina, que acaba de iniciar campanha com esse objetivo.

No entanto, a operadora faz questão de dizer que o dólar em alta não atrapalhou as projeções para este ano. A previsão de crescimento da empresa para este ano era de 30% e já foi alcançado. Os últimos meses vem sendo fechados com esse aumento, tanto por parte das vendas nacionais quanto para internacionais e cruzeiros.

A explicação para que não haja mudança nas projeções é simples, segundo o diretor de assuntos internacionais da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), Leonel Rossi. "Para as vendas de fim de ano, mais de 50% dos pacotes já foram vendidos". A CVC informou que 70% dos pacotes de cruzeiros para a alta temporada já estão fechados.

O dirigente frisa que não é apenas a instabilidade do câmbio que preocupa. Outro receio é de que haja uma retração na economia. "Isso fará com que as pessoas viajem menos. Vamos ver como fica daqui em diante", disse.

Alternativa - O dólar em alta também levado turistas a outros roteiros internacionais. A Austrália, a Nova Zelândia e o Canadá têm chamado a atenção dos viajantes, uma vez que a moeda desses países é bem menos valorizada que a divisa dos EUA.

A Connection Line, empresa de viagens, teve redução na procura de roteiros para os Estados Unidos e Inglaterra. "Esse mês já tivemos redução na procura e até adiamento de algumas viagens", comenta Vera Amaral, diretora comercial da companhia.

Os pacotes para a Austrália têm sido os mais procurados. "Com o dólar australiano a R$ 1,53 a viagem fica mais acessível, principalmente para estudantes, que contam ainda com as promoções das escolas estrangeiras", comemora.

Outra opção é a Nova Zelândia onde a moeda local, o dólar neozelandês, custa R$ 1,34. Para lá, além dos pacotes turísticos, é possível encontrar diversos programas de estudo e trabalho.




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