Ao ser nomeado ontem no cargo, o superintendente da Caixa Econômica Federal no Grande ABC, Gilnei Peroni, descartou corte em projetos ligados ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) já contratados pela União. São 5 bilhões na totalidade, sendo R$ 1 bilhão em Mobilidade Urbana, referente à primeira fase. Em ato de inauguração da nova sede, em Santo André, ele reiterou discurso de que o ajuste fiscal anunciado pelo governo Dilma Rousseff (PT) não compromete os repasses assinados nas sete cidades. “Há compromisso de liberação dos recursos, com contrato firmado junto às prefeituras. Não respingará.”

Os valores envolvidos a projetos da região constam no OGU (Orçamento Geral da União) de 2015. A cúpula da gestão federal reconhece prolongamento de prazos. Dos R$ 2,7 bilhões do plano de Mobilidade Regional, por exemplo, somente R$ 461,6 milhões foram liberados. O diretor admitiu, por sua vez, que a contenção de investimentos do PAC “deve impactar em novos contratos”. O programa sofreu congelamento de R$ 25,9 bilhões, compreendendo 37% do contingenciamento de R$ 69,9 bilhões na peça.

Gilnei substitui Everaldo Coelho no posto. A abertura das novas instalações da Caixa contou com as presenças do prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Gabriel Maranhão (PSDB), e do chefe do Executivo de Diadema, Lauro Michels (PV), além de secretários.

O superintendente argumentou que a morosidade de projetos, em série de casos, se deve aos entraves nos trâmites do processo entre as prefeituras e a Caixa. “Os governos municipais precisam conseguir licenciamento ambiental, desapropriações, que são questões difíceis de resolução. Sem essas etapas, o banco não faz a liberação”, alegou. Para Gilnei, espera-se que os Paços “vençam estas fases” para que a instituição possa dar início às obras. Até agora, apenas Rio Grande conquistou o repasse para Mobilidade, no valor de R$ 41 milhões. “Sei que Mauá, Diadema e Ribeirão Pires também estão avançando (no processo).”