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Ferrari muda motor para 'estilo Barrichello'
Flavio Gomes
De Nürburgring, para o Diário
19/05/2000 | 01:06
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  Os motores da Ferrari nao têm funcionado à perfeiçao. E o de Rubens Barrichello é ainda mais imperfeito que o de Michael Schumacher. Foi a essa conclusao que chegaram os técnicos da equipe italiana depois das cinco primeiras etapas do Mundial de Fórmula 1. Schumacher e Barrichello dirigem com estilos diferentes. Portanto, motores diferentes para cada um.

Os engenheiros ferraristas escarafuncharam os dados obtidos pela telemetria até agora no campeonato, num primeiro momento, para tentar descobrir quais as razoes das quebras de Rubens nos GPs do Brasil e da Inglaterra. Foram duas panes hidráulicas, que poderiam ter alguma relaçao com a maneira com a qual o brasileiro conduz seu carro.

No fim, descobriram que nao tinha nada a ver. Em Interlagos, o problema foi a montagem incorreta de um pequeno tubo do sistema hidráulico que comanda câmbio, acelerador e válvulas. Em Silverstone, quebrou um conector. Mas, no meio do caminho, os técnicos perceberam que os motores também vinham trabalhando no limite da quebra. No caso de Barrichello, o mau funcionamento era ainda mais perceptível.

Concluiu-se que, pelo fato de Rubens usar o pé direito para frear e acelerar, há uma variaçao maior dos giros do motor no seu carro, o que faria oscilar a pressao do sistema hidráulico e também causaria problemas nos sistemas de lubrificaçao em determinadas condiçoes.

Schumacher, que freia com o pé esquerdo, como num kart, fica com o direito atolado no acelerador a maior parte do tempo. Os giros sao mais constantes, o que de certa forma estabiliza os sistemas hidráulico e de lubrificaçao. Detalhes minúsculos, mas a Ferrari, por via das dúvidas, adaptou o motor de Barrichello ao seu estilo de pilotar.

"É uma diferença bem pequena. Na freada do motor ele escolhe um jeito diferente de guiar. Mas os giros, basicamente, sao muito parecidos. É básico achar que, como ele freia com o pé esquerdo, mantém o giro do motor alto. Mas a gente faz as curvas com as mesmas marchas. Pode diferir um pouco, uma porcentagem muito pequena numa volta, mas nao é uma coisa larga", explicou o brasileiro.

Barrichello chegou a Nürburgring, na Alemanha, otimista para a disputa da sexta etapa do campeonato, o GP da Europa. No ano passado, ele terminou a prova em terceiro.




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