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Redução de jornada não deve gerar desemprego
Por Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
25/11/2009 | 07:00
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Pesquisa realizada pelo Sebrae Nacional aponta que 51% dos empresários entrevistados pretende manter o quadro atual de trabalhadores mesmo que a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) - que prevê a redução de jornada semanal de 44 para 40 horas semanais - seja aprovada. Além disso, 37% esperam contratar funcionários no último trimestre de 2009 e apenas 9% pensam em demitir.

Além da redução das horas trabalhadas, sem cortes nos salários, a proposta prevê a ampliação do adicional de hora extra, de 50% para 75%. Apesar da expectativa de manutenção dos empregos, quase dois terços (63%) dos 3.010 empreendedores entrevistados, entre setembro e outubro, em todos os estados e no Distrito Federal são desfavoráveis à redução da jornada, 47% desaprovam a manutenção dos salários e 61% são contrários ao aumento adicional da hora extra.

Entre os entrevistados, 32% avaliam a proposta como péssima e 20% como ruim. A sondagem diagnosticou ainda que 44% dos empresários temem perda de faturamento nos negócios.

"Os números fazem um alerta, porque podem indicar tendência de aumento da informalidade. Se há expectativa de manutenção do emprego e redução de faturamento, é possível que o empresário compense eventuais perdas partindo para o mercado informal. Isso é preocupante, porque estamos falando de um segmento que, só em outubro deste ano, foi responsável por 75% dos novos empregos formais criados em todo o Brasil", ressalta Paulo Okamotto, presidente do Sebrae Nacional.

O levantamento também constatou que 43% dos empresários pretendem manter a situação atual do pagamento de horas extras, 27% vão diminuir e 5%, aumentar a despesa, caso a PEC seja aprovada. Não sabem ou não opinaram 25% dos entrevistados.

SINDICALISTAS - As discussões que envolvem a redução de jornada tem 24 anos e os sindicalistas têm investido pesado no assunto. Apesar de não haver mais tempo hábil para a votação da emenda em 2009, na última semana, as centrais sindicais se reuniram com o presidente da Câmara, Michel Temer, e conseguiram a promessa de votação para 2010.

"O principal objetivo desta emenda é proteger o trabalhador do avanço tecnológico. Nos últimos 20 anos a mão de obra foi substituída e a tendência é que isso continue. Tenho certeza de que assim que o projeto for levado à Câmara, cerca de 70% dos deputados vão aprovar a PEC", afirma Cícero Firmino, o Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André.




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