Política Titulo Eleições
PSDB racha, Torres é vice
de Salles e Dinah do Aidan

Dib e Ricardo Torres trabalharam para que o PSDB fosse vice
na chapa de Salles, após Aidan ignorar o prazo para resposta

Por Fábio Martins
do Diário do Grande ABC
29/06/2012 | 07:00
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Com a quebra do acordo firmado entre PSDB e PTB de Santo André, o ninho tucano rachou, o partido indicará o vice do candidato ao Paço Raimundo Salles (PDT) e o prefeito Aidan Ravin (PTB) ficará com Dinah Zekcer (PTB) na dobrada de reeleição.

Ontem, o dia foi marcado por sucessivas discussões entre tucanos. A roupa suja foi lavada no diretório estadual, com direito a troca de ofensas. O coordenador regional do PSDB, deputado federal William Dib, entregou o cargo diretivo à executiva.

Dib e o presidente do diretório municipal tucano, Ricardo Torres, trabalharam para que o PSDB fosse vice na chapa de Salles, após Aidan ignorar o prazo para dar resposta aos tucanos. Até quarta-feira, o prefeito não respondeu se aceitava ou não o partido como vice.

Por outro lado, o presidente estadual do partido, Pedro Tobias, manifestou-se favorável ao lançamento de candidatura própria na cidade. O que, segundo ele, representaria correção de rota. Mas o impasse virou bate-boca. "Temos bons nomes não apenas para concorrer, mas para ganhar a eleição", disse, acrescentando que atuará "pessoalmente para viabilizar um nome nos próximos dias", referindo-se ao vereador Paulinho Serra.

Fazendo mea-culpa, Tobias considerou que o PSDB se equivocou ao esperar tanto tempo pela deliberação de Aidan. "O que fizemos foi estupro em cima da candidatura do Paulinho." O dirigente garantiu que, mesmo se, agora, o petebista recuasse e sinalizasse pela adesão, votaria contrário. "Nós erramos, recebemos essa postura como traição. O prefeito não teve palavra. Não tem mais jeito de firmar parceria", analisou Tobias.

A executiva municipal passou o dia em reunião com componentes da estadual, que deixou nas mãos do diretório andreense a decisão final, com apenas um pedido: se mostrado algum projeto em voo solo, o interesse seja apreciado na convenção do PSDB, amanhã. Por enquanto, o acordo com Salles, único que ofereceu proposta concreta (metade do governo e a vice), será colocado em votação no ato partidário. Ricardo Torres será o nome a ser avalizado para compor com o pedetista, apesar do risco da chapa ser impugnada pelo fato de o tucano morar na Capital.

Torres participou ontem do evento de homologação da candidatura de Salles, no qual teve o braço levantado, indicando a oficialização da dobrada. Edgard Brandão (PSC), que era o vice do PDT, abriu mão da função a favor da parceria.

Na batalha interna do grupo governista, venceu a atual vice-prefeita, Dinah Zekcer, que será mantida no posto. Ela afirmou que o presidente estadual do PTB, Campos Machado, procurou ontem integrantes do Palácio dos Bandeirantes para ainda buscar entendimento. "Eles (PSDB) falam, porém, às vezes, acaba vindo acordo pela estadual. Por isso estamos no aguardo", disse a petebista, ainda com esperanças no apoio do PSDB.

Mantido esse quadro, a eleição fica configurada com candidaturas representadas pelas máquinas federal (Carlos Grana, PT), estadual (Salles, PDT com PSDB) e municipal (Aidan,PTB). O prefeito, que trabalhou em 2010 para o governador, Geraldo Alckmin (PSDB), e para o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), ficará sozinho da disputa local.

 

Pedetista adota discurso moderado

Em convenção pedetista para homologar a candidatura ao Paço de Santo André, o prefeiturável Raimundo Salles (PDT) adotou discurso moderado, evitando críticas aos principais adversários no processo eleitoral. Apesar de, atualmente, figurar em terceiro nas pesquisas de intenção de voto. Lideram os levantamentos o prefeito Aidan Ravin (PTB), que tentará a reeleição, e o deputado estadual Carlos Grana (PT).

Reunindo aproximadamente 3.000 pessoas, Salles preferiu citar números aos quais pretende melhorar na cidade, como incluir 30 mil crianças que estão fora das escolas municipais, criar unidade de ensino técnico e priorizar políticas públicas ligadas às classes mais carentes. "A meta é realizar grande transformação social. Fazer compromisso com as camadas humildes, dando condição de vida. Tenho objetivo de instituir bilhete único e integração dos transportes."

O pedetista afirmou que fará toda a campanha sem atacar ninguém. "Possuo adversários e não inimigos. Mostrarei propostas." Salles considerou que enfrentou problemas no passado por entrar no debate e, por isso, fez revisão da postura política. "Cometi erros." Essa é a quarta candidatura seguida de Salles, sendo a segunda majoritária. Nas anteriores não obteve êxito.

Sem caciques, o ato teve presença de integrantes do movimento sindical, além do deputado Major Olímpio (PDT) e do presidente nacional do PSDC, José Maria Eymael. Eles deram o tom de incentivo à candidatura do pedetista. "No quadro atual, somente Salles tem condições de fazer mudança", sustentou Olímpio. "Eu sou Salles para mudar a cara de Santo André", disse Cícero Firmino, o Martinha (PDT).

Salles assegurou que a vice está aberta ao PSDB, adiantando que vai aceitar qualquer nome indicado pelo partido. "Tenho certeza que estarei na caminhada com o (presidente do PSDB local, Ricardo) Torres", adiantou no palanque. "Estamos pensando em tudo o que está por trás (da legenda)." Torres esteve no evento apenas por "considerar a possibilidade de composição".




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