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Teatro não 'estreou' em 2010
Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
24/01/2010 | 07:03
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Andréa Iseki/DGABC


Em teatro, um abismo gigantesco separa o Grande ABC de São Paulo. Enquanto que na Capital a temporada de teatro deste ano já começou com uma extensa e plural lista de opções, aqui na região quem ainda está à espera de alguma peça fica à míngua, pois a oferta é praticamente nula.

Encontrar o cerne do problema é mais difícil do que se imagina. Por que boas peças teatrais raramente entram em circuito no Grande ABC? A resposta do problema é empurrada de um lado para outro. É falta de incentivo do poder público, dizem de um lado. Do outro, que a proximidade de São Paulo com a região torna inviáveis os gastos do deslocamento de cenários e atores para cá, sendo que não dá para bancar com a pouca bilheteria dos teatros da região, o que justifica a impossibilidade de temporadas maiores por aqui.

É consenso, por parte do público e dos artistas, que faltam ações no âmbito de formar um público fiel, que frequentemente vá ao teatro e alimente a necessidade de haver uma programação mais diversa para os nossos teatros.

"Ou, já que não podemos ter peças do circuito paulistano na região, que se crie uma identidade teatral para o Grande ABC. Que as companhias e os artistas daqui sejam reconhecidos, porque são capazes de firmar dentro da região uma identidade e um trabalho teatral referencial", diz Kleber di Lázzare, diretor artístico da Cia. Grite, de São Caetano.

O calendário apresentado pelas cidades do Grande ABC para 2010 aponta problema de planejamento e compromisso do uso do espaço público.

Santo André e São Caetano são as únicas que adiantaram a programação para além de janeiro. Mas é pouco o que está acertado. Sabe-se, por exemplo, que o musical A Bela e A Fera vem para o Municipal de Santo André ainda neste semestre. São Caetano apresentou a grade com duas peças para fevereiro, Improváveis e A Bela e A Fera (não o musical) e mais duas para março, Marco Luque e Terça Insana.

São Caetano, segundo informou Liana Crocco, diretora da Fundação das Artes, está lançando um edital com a formulação de calendário fixo de utilização dos teatros da cidade, com dias determinados do ano para exibição de cada manifestação.

A prefeitura de São Bernardo informou que avalia as condições dos equipamentos culturais e que planeja reformar o Teatro Cacilda Becker, mas sem informação de prazo.

Diadema e Mauá não responderam à reportagem.




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