Política Titulo
Dirceu quer dividir Casa Civil em dois Ministérios
Por Do Diário OnLine
Com Agências
11/11/2003 | 00:01
Compartilhar notícia


O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, não quer ter toda a autonomia que possui atualmente no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta segunda-feira, durante reunião com os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Secretaria de Comunicação, Luiz Gushiken, Dirceu sugeriu ao presidente Lula a divisão das responsabilidades da sua pasta em duas: a Casa Civil ficaria apenas com a tarefa de coordenar as ações de governo; já um novo Ministério ficaria encarregado de organizar as questões políticas.

A decisão de Dirceu de 'retalhar' suas responsabilidades surgiu no terceiro mês de seu mandato, quando ele admitiu estar sobrecarregado. Agora, a sua vontade ganhou força a partir da intenção de Lula promover, ao final deste primeiro ano no poder, uma profunda reforma ministerial. É importante ressaltar que o nome a assumir esta 'nova pasta' seria indicado pelo próprio José Dirceu.

Reforma Ministerial - Nesta mesma reunião, José Dirceu defendeu o máximo de rapidez na montagem do novo ministério. Dirceu acha que a decisão deve ser tomada até o sábado, porque todas as articulações para a construção de uma forte base do governo no Congresso já foram encerradas. O PMDB, última peça da nova estrutura, até já indicou os nomes dos dois ministros que deverá encaixar no governo: o senador Garibaldi Alves Filho (RN) e o deputado Eunício Oliveira (CE), atual líder do partido na Câmara.

Dirceu acha que o adiamento da reforma ministerial só trará desgastes para o governo e para os partidos aliados porque, com mais prazo, sempre haverá alguém tentando atrapalhar uma indicação ou articulando uma nova opção. Segundo petistas ligados a Dirceu, a montagem do novo ministério até o sábado não significa que a posse ocorrerá em seguida.

Para isso, pode-se esperar algum tempo. Ele diz que o governo não deve ficar à espera de que a reforma ministerial amadureça mais, porque deve ter prioridades para a segunda quinzena de novembro. Além do mais, no início do mês que vem, o presidente Lula deverá fazer uma viagem de dez dias ao Oriente Médio. Se depender do ministro da Casa Civil, quando Lula viajar para a Ásia, seu ministério será outro.

Um dos exemplos sempre lembrados por Dirceu, de confusão que a demora acarreta, é o que está acontecendo no PSB. O ministro defende a nomeação do líder do partido na Câmara, Eduardo Campos (PE), para o Ministério das Comunicações, em lugar de Miro Teixeira, que é do PDT, partido que informalmente formou um bloco de oposição com o PSDB e o PFL. "O governo é mau como um pica-pau", repete Dirceu, de acordo com auxiliares, para lembrar que, embora amigo de Lula, não há condição de Miro continuar no governo dentro de um partido inimigo.

Amaral – Com a demora na definição, um grupo de socialistas ligado ao governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, decidiu brigar com o deputado Miguel Arraes (PE) para assumir o controle do partido. Eduardo Campos é neto de Arraes. A briga o enfraquece dentro do PSB, mas não com Dirceu, que o tem como um dos principais articuladores dentro do Congresso.

Com a nomeação de Campos para o ministério de Lula se confirmaria a demissão do ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, um dos que mais se desgastaram ao longo do ano. Logo que assumiu seu cargo, Amaral defendeu a fabricação da bomba atômica pelo Brasil, o que causou um problema internacional.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;