Economia Titulo Crise do coronavírus
CVM questiona a Via Varejo sobre declarações do presidente a respeito de queda no faturamento

Executivo falou sobre perda de receita por causa da pandemia

Por Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
31/03/2020 | 00:04
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Nario Barbosa/DGABC


A Via Varejo, companhia sediada em São Caetano e dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio, foi questionada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a respeito de declarações do diretor-presidente à imprensa sobre o faturamento deste ano. O executivo Roberto Fulcherberguer afirmou que 70% do faturamento – as vendas das lojas físicas – estariam perdidos por causa do novo coronavírus. A autarquia, ligada ao Ministério da Economia, também apura a fraude contábil na empresa.

Responsável por fiscalizar, regulamentar e desenvolver o mercado financeiro, a CVM questionou a Via Varejo sobre as medidas protetivas para que os CDs (Centros de Distribuição) continuem operando e mantendo o on-line atuante, além da logística, fluxo de caixa e outros pontos citados pelo diretor em entrevista ao portal NeoFeed.

O orgão questiona a companhia sobre a veracidade das informações prestadas na entrevista veiculada, e, “caso afirmativo, solicitamos esclarecimentos adicionais a respeito do assunto, bem como informar os motivos pelos quais entendeu não se tratar o assunto de fato relevante, nos termos da instrução CVM nº 358/02”, informou em ofício enviado à empresa. A obrigação de todas as empresas de capital aberto é a publicação de fato relevante.

Em comunicado ao mercado, feito ontem, a Via Varejo confirmou as informações e afirmou que entende que nenhuma delas deveria ser divulgada como fato relevante, porque já tinham sido informadas anteriormente, ou não serem consideradas relevantes. A companhia informou que falou sobre o fechamento das lojas físicas, em divulgação ao mercado, por causa da recomendação de autoridades mediante a pandemia do novo coronavírus. A empresa também apresenta dados do balanço financeiro da companhia.

Conforme já noticiado pelo Diário, a empresa assumiu, na última semana, fraude contábil referente a processos trabalhistas que deixou prejuízo de R$ 1,19 bilhão. O resultado repercutiu no balanço anual de 2019, que ficou negativo em R$ 1,4 bilhão.

Questionada, a Via Varejo informou que iria se posicionar apenas por meio do fato relevante. Ontem, a empresa também anunciou R$ 204,9 mil de aumento no capital, por conta da emissão de 48,7 mil ações ordinárias. Apesar disso, as ações da empresa fecharam o pregão com queda de 4,39%, valendo R$ 5,45. 




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