Setecidades Titulo Dia de Finados
Recordação, oração e saudade

No Dia de Finados, moradores do Grande ABC prestaram homenagens aos entes queridos

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
03/11/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Orações, lágrimas de saudade e recordações se fizeram presentes ao longo do Dia de Finados, ontem, nos cemitérios do Grande ABC.

A tristeza do jovem Denis Robin, 18 anos, pela perda de um tio foi amenizada pelas boas memórias da convivência que tiveram e que foram lembradas durante a visita ao túmulo do familiar, no Cemitério do Curuçá, em Santo André. “Eu era bem próximo dele, brincávamos muito”, recordou.

No mesmo local, a aposentada Batistina Lima, 70, sentia o peito apertar pela ausência do marido e da filha. “Sinto muita saudade e vir aqui (ao cemitério) é uma forma de estar mais próxima deles”, comentou.

No Cemitério Carminha, em São Bernardo, estão sepultados vários amigos do borracheiro Antonio José de Santana, 61. Todos os anos, no dia 2 de novembro, ele vai até lá, com o sentimento de que as verdadeiras amizades são para sempre. “A vida é apenas uma passagem, não acaba por aqui, pois continua em outro plano”, falou. E acrescentou que a fé ajuda a superar a dor da perda. “Não aceitamos a morte, mas a realidade é essa e Deus dá o consolo.”

Ao visitar o túmulo da mãe, falecida há um ano, a doméstica Odete Lourenço da Costa, 47, não segurou as lágrimas. “É um dia de muita tristeza. Por enquanto ainda é difícil, mas sei que ela sempre estará presente em meu coração.”

Há quatro décadas, a gerente comercial Jomara Rodrigues, 60, vai ao Cemitério das Lágrimas, em São Caetano, prestar homenagens aos familiares que estão sepultados no local. Para ela, a data não é vista como um momento de pesar. “Não é uma ocasião de tristeza, mas de sentir uma saudade imensa, imensurável”, falou. “Tenho certeza de que todos os nossos entes queridos estão em um plano melhor, olhando por nós, nos iluminando. Quando minha mãe faleceu, falei a todos: ganhamos mais uma intercessora no céu”, completou.

Para outras pessoas, as sensações se misturam nesta data. “O Dia de Finados é um misto de tristeza e saudade”, opinou a encarregada de departamento fiscal Luiza Lamazala, 44.

No Cemitério Santa Lídia, em Mauá, o aposentado Roberto Calado, 77, refletia à beira do túmulo onde estão sepultados a mulher e cunhados. “A gente só espera o tempo passar. A morte é a única certeza que temos.”

Lá, a autônoma Izabel Maria de Lira, 67, tem sete filhos enterrados, todos falecidos ainda crianças. Há 42 anos, ela religiosamente vai até o local no Dia de Finados, não apenas para homenagear seus entes, mas também para se sentir bem. “Lembro das coisas boas e fico feliz por vir aqui, pois tenho a impressão de que eles estão esperando”, contou. “A morte não é o fim de tudo, é um muro que separa os vivos e os mortos. Se não venho, não tenho paz”.  




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