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Desemprego entre jovens de 18 a 24 anos é preocupante
Por Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
01/11/2003 | 21:59
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Elevados índices de desemprego atingem a camada de jovens na faixa etária de 18 a 24 anos. De acordo com a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), da Fundação Seade/Dieese, de setembro, a taxa de desocupação na RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) entre os jovens nessa faixa etária chegou a 31,3% no mês e atingiu o maior nível desde 93, quando o levantamento começou a ser feito. A pesquisa mensal de emprego do IBGE, realizada em setembro, também revela números preocupantes. De 2,781 milhão de pessoas desocupadas em seis regiões metropolitanas do país, 1,023 milhão são jovens na faixa de 18 a 24 anos, o que corresponde a 36% dos desempregados.

“Temos de estimular o emprego para a juventude brasileira para que não enfrentemos problemas como a criminalidade que atinge os grandes centros urbanos. Isso só será possível se a economia voltar a crescer para que os empresários possam novamente investir na abertura de vagas”, diz Roberto Nicolau Jeha, vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Além de voltar a retomar o crescimento sustentado, o governo também poderia investir no empreendedorismo como forma de inserção de jovens desempregados no mercado, na opinião de Ruy Leal, superintendente da ONG Via de Acesso. “Entretanto, é necessário destinar linhas de financiamento para que isso se torne realidade. Acredito que esse seja um caminho possível, desde que o jovem seja capacitado e preparado para ser empresário”, afirma.

O desemprego começa antes para o brasileiro, já que sua escolaridade é em média de 7 a 8 anos, diferentemente do europeu, que estuda de 15 a 16 anos, afirma Walter Barelli, professor da Unicamp e que já foi ministro do Trabalho, secretário de Estado do Emprego e Relações do Trabalho e diretor do Dieese. “Outro fator negativo, além da carência da escolaridade, é que as empresas não admitem jovens por falta de experiência. A saída é, muitas vezes, optar por trabalhar sem carteira assinada e sem direitos, o que pode acabar frustrando as expectativas desse jovem”, afirma.

Investir em aperfeiçoamento educacional é uma saída para adquirir maior competitividade, já que atualmente as oportunidades são escassas para todas as faixas etárias. “O jovem que pensar que apenas basta vir para assistir às aulas na escola ou na universidade vai ficar fora do mercado de trabalho. Se a pessoa não tiver recurso para se atualizar, ela poderá procurar cursos gratuitos e informações em bibliotecas públicas. Atualmente, o acesso à informação é mais fácil”, diz Eduardo de Camargo Oliva, professor da área de RH do Imes.




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