É no mínimo irônico que Brigitte Bardot, 75 anos, seja hoje uma personalidade que só aceite abandonar a reclusão em prol da luta contra a crueldade com os animais. Desde a estreia, em E Deus Criou a Mulher (1956), a beleza e a sensualidade da atriz francesa transbordavam das telas: seus passeios eram sempre publicados em revistas de variedades da época. É justamente um apanhado de registros inéditos da loura feitos pelo fotógrafo italiano Marcello Geppetti (1933-1998) o objeto da exposição Brigitte Bardot, que abre amanhã para o público na galeria Lourdina Jean Rabieh, em São Paulo.

Geppetti foi um dos paparazzi pioneiros. "Ele foi o primeiro fotógrafo a registrar o dia a dia dos artistas. Antes disso, eram comuns apenas retratos", explica o diretor artístico do Arquivo Geppetti, Sid Dionello. "Mas Geppetti ficava na linha tênue: ele conseguia não ser invasivo e ainda assim conseguir imagens importantes. Ele tinha muito feeling", destaca Dionello.

Duas de suas imagens mais importantes foram o flagra do beijo entre Elizabeth Taylor e Richard Burton quando ambos ainda eram casados com outras pessoas e uma Anita Ekberg (a loura de A Doce Vida, de Fellini) completamente bêbada tentando acertar fotógrafos a flechadas. Para pegar o momento de carinho de Liz e Burton, Geppetti montou campana em árvore por dois dias.

De Bardot, ele roubou o primeiro nu, além de inúmeros outros momentos. Os direitos de imagens pertencem aos fotógrafos, mas a septuagenária ecologista não demonstrou nenhuma oposição à exposição. "Ela deve inclusive comparecer a uma exposição que faremos em Saint-Tropez", atesta Dionello. As 15 imagens - em formato grande - têm sete cópias cada, que estarão à venda por preços que variam entre R$ 8.000 e R$ 14 mil.

Brigitte Bardot Exposição De amanhã ao dia 23, na Galeria Lourdina Jean Rabieh - Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 147,São Paulo. Tel.: 3062-7173. 2ª a 6ª, das 10h às 19h; sáb., das 10h às 14h.