Economia Titulo Proteção
Fiesp teme invasão de produtos chineses
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
09/12/2008 | 07:00
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A redução das importações de produtos chineses no mercado norte-americano tem preocupado empresários brasileiros. Representantes da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) anunciaram na segunda-feira a necessidade de implantação de medidas preventivas de proteção comercial.

"Temos de deixar nosso arsenal pronto, de forma preventiva", avalia o presidente da entidade, Paulo Skaf. Com a necessidade de escoamento da produção, a expectativa é de maior participação de produtos chineses no mercado brasileiro, o que dificultaria ainda mais a recuperação da indústria nacional, após a turbulência gerada pela crise internacional, iniciada em setembro deste ano.

A lentidão para a aplicação de medidas antidumping (regras que evitam a prática exportação com preços inferiores aos praticados no mercado interno) é a principal justificativa para o posicionamento preventivo sugerido pela Fiesp. "Queremos nos antecipar. Tem de haver vontade política de, se necessário for, combater as práticas nocivas ao mercado nacional."

Ricardo Martins, empresário do setor metal-mecânico e diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, afirma que o setor também é prejudicado pela invasão chinesa. "Os empresários chineses já estão estreitando os contatos e vão baixar seus preços. Na maioria das vezes, não há regras leais de competição com esses produtores", afirma.

No entanto, Martins se mostra otimista quanto à indústria metal-mecânica, mesmo com a entrada de produtos importados ameaçando o mercado interno. "Em janeiro o setor deve começar a se recuperar", afirma o executivo que projeta uma retomada nas encomendas dos principais compradores dos produtos do setor.

A entidade tem discutido uma proposta de dilatação de prazos para o pagamento de impostos. O plano a ser sugerido ao governo federal implica na utilização do valor dos compulsórios como capital para o governo, gerando o fundo necessário para que os prazos possam ser aumentados.

EXPECTATIVA - Embora prefira não fazer projeções numéricas, Paulo Skaf já espera crescimento zero para o último trimestre desse ano. O presidente da Fiesp afirma que não é possível falar em recessão no país, mas lembra que este não é o momento para um "otimismo irresponsável". "Não vejo como apresentar resultados positivos no próximo trimestre", ressalta. "Quando olharmos a balança comercial em 2009, sentiremos saudades de 2008."




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