Economia Titulo Paralisação
Greve na Prysmian
chega ao fim sem abono

Benefício ainda terá apreciação da Justiça,
que deu parecer para acordo entre as partes

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
14/12/2013 | 07:25
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Nario Barbosa/DGABC


A greve na fábrica de cabos e fios da Prysmian em Santo André chegou ao fim. Ontem, às 8h30, os trabalhadores voltaram às atividades. Eles aceitaram a proposta inicial da empresa para algumas de suas reivindicações após 18 dias de paralisações.

O diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá José Roberto Vicaria, mais conhecido como Jacaré, explicou que a entidade conseguiu negociar com a superintendência da empresa, e não com o departamento de RH (Recursos Humanos), um dos motivos que fortaleceram o acordo.

“Nos encontramos bem no fim da noite de ontem (quinta-feira). Fechamos com a Prysmian acordo em relação à compensação dos dias parados e desconto de 25% (no cálculo) da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Hoje (ontem), a Justiça deu um parecer sobre as outras pautas ao meio-dia”, contou Jacaré.

O consenso em que entidade e companhia chegaram se refere à compensação dos 18 dias parados. A Prysmian entendeu como justo descontar apenas 50% dos dias de greve dos funcionários. Eles terão até dez meses para compensar o período.

O outro ponto de entendimento foi em relação ao absenteísmo, que considera o número de faltas, uma das variáveis para o cálculo da PLR. A empresa, de início, queria penalizar esse fator 100% no cálculo do benefício. “Mas, nas negociações, chegamos a um acordo de que os trabalhadores terão penalidade de 25% no item absenteísmo no cálculo da PLR. Assim, ganhamos 75%”, explicou Jacaré.

JUSTIÇA - A greve teve início, principalmente, porque os trabalhadores queriam abono salarial de R$ 2.000, mas a empresa negou e, então, foi disparado o gatilho da paralisação.

O sindicato sentou algumas vezes com a Prysmian para negociar estabilidade no emprego de 90 dias após a mobilização. No fim das contas, o caso foi parar nas mãos do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo), que chamou as partes para tentar conciliação, sem sucesso.

Ontem, a Justiça expediu parecer sobre o que julgará na semana que vem. Segundo Jacaré, o documento indica que os trabalhadores terão os 90 dias de estabilidade e que o abono deverá ser discutido entre empresa e sindicato.

Não houve publicação da data exata do julgamento. “Mas nós esperamos que se concretize na semana que vem”, destacou Jacaré.

A Prysmian, cuja matriz fica na Itália, tem quatro unidades no Brasil, tendo em vista que a fábrica de Santo André é especializada em cabos especiais de alta-tensão.


Termina paralisação dos trabalhadores da Ambev

Após três dias de braços cruzados, os funcionários das duas prestadoras de serviços do centro de distribuição da Ambev em Diadema voltaram ao trabalho.

Junto ao Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, Coopercarga, Monarca, Ambev e trabalhadores chegaram a um acordo. Empresas prometeram ampliar a frota, o número de trabalhadores e redefinir rotas, a partir de fevereiro, para evitar excessos de jornadas de trabalho.

Não houve consenso em relação à mudança nos cálculos para o pagamento das horas extras. Mas, as duas transportadoras garantiram abono de R$ 450, para motoristas, e R$ 360, para ajudantes, em dezembro, e de R$ 200, para todos, em janeiro. “Esses benefícios não existiam”, ressaltou o diretor da entidade e coordenador para Diadema, João Roberto da Silva. Os funcionários terão também cesta de Natal, sem valor divulgado pelas companhias, e expansão de 12% no prêmio mensal de viagens.




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