Helcio Silva (PT), que renunciou ontem ao cargo de vice-prefeito de Mauá, admitiu que a unidade do partido em torno da sua pré-candidatura a deputado federal em 2014 interferiu diretamente na sua transferência para Brasília. O petista toma posse hoje na Câmara dos Deputados, assumindo a cadeira de Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado a sete anos e dez meses de prisão por envolvimento no escândalo do Mensalão.

O ex-vice-prefeito sustentou que seria complicado unir a militância em torno do projeto federal se ele recusasse o cargo agora. “A primeira vez fui convocado numa situação precária. Eram três meses e depois desse período eu não seria nem deputado nem vice. Agora é diferente. Se não aceitasse agora creio que ficaria complicado conseguir a unidade no PT”, declarou.

Helcio havia sido convocado para assumir o mandato durante a licença médica do ex-deputado federal José Genoino (PT). Na época, o mauaense alegou impedimento pessoal.

O consenso no PT mauaense ainda é algo a ser conquistado. O governo deseja dobrada única: Helcio a federal e Paulo Eugenio Pereira Júnior, secretário de Mobilidade Urbana, a estadual. Porém, o grupo do ex-prefeito Oswaldo Dias ainda mantém a pré-candidatura à Assembleia Legislativa do vereador José Luiz Cassimiro.

Donisete recordou que a transferência de Helcio para Brasília foi discutida por diversas vezes. “Nossa dobradinha vem desde a campanha eleitoral e sempre tivemos uma relação harmoniosa. Geralmente o prefeito briga com o vice ou vice-versa e vira uma confusão. Isso nunca aconteceu entre a gente.”

Com a renúncia de Helcio, o presidente da Câmara, Paulo Suares (PT), passa a substituir Donisete quando ele precisar se afastar por período superior a 15 dias. Os dois combinaram que não irão se ausentar por mais de uma semana até janeiro por conta das chuvas de verão.

Conforme antecipado ontem pelo Diário, o advogado Marcos dos Santos Panini é o novo secretário de Habitação, cargo que também era ocupado por Helcio.