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África critica conduta européia nas negociações comerciais
Da AFP
08/12/2007 | 11:12
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O presidente da Comissão da União africana, Alpha Oumar Konaré, denunciou neste sábado a conduta dos europeus nas negociações de novos acordos comerciais entre a UE (União Européia) e os países ACP (África, Caraíbas e Pacífico).

A OMC (Organização Mundial do Comércio) deu até o fim deste ano para os países da UE substituírem o regime comercial preferencial concedido às suas antigas colônias, mas Konaré pediu mais tempo, para que ambas as partes possam concluir acordos justos e firmes.

"Caso contrário, podemos ter certeza de que os questionamentos não tardarão, porque cada vez mais as populações africanas se recusarão a se submeter. Ninguém nos fará acreditar que não temos o direto de proteger nosso aparato econômico", acrescentou, na abertura da II Cúpula UE-África em Lisboa.

"Também é importante escutar as sociedades civis africanas, da diáspora africana, parte integrante da África, senão, ao fim desta resistência européia, haverá uma vitória, certamente, mas uma vitória duvidosa, fundada em divisões", continuou Konaré. Segundo ele, este resultado seria "dramático para as populações rurais africanas e para os industriais africanos".

Somente 15 ACP - dos quais 13 africanos - de 78 no total, concluíram um acordo de parceria econômica, muitos outros no entanto temem que a abertura, mesmo que parcial e progressiva de seus mercados aos produtos europeus mais baratos, seja um golpe terrível para suas economias frágeis.

Konaré criticou ainda atitude da Comissão européia de tentar fechar acordos com pequenos grupos dentro do ACP ou com países, individualmente, dividindo assim as seis regiões (Caraíbas, Pacífico, África do Oeste, do Leste, central e austral) com as quais negociava há cinco anos.

"É importante evitar de usar esquemas de uma outra época, contrários às escolhas legítimas africanas, de realizar negociações isoladas, com países entro da mesma região", declarou, destacando que "nenhum país africano sozinho pode se desenvolver sem os demais".

O presidente da Comissão européia, José Manuel Barroso, garantiu por sua vez que estes acordos "são uma ferramenta dos objetivos comuns em termos de desenvolvimento", destacando que a Comissão estava conduzindo negociações durante a Cúpula.



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