Política Titulo Eleições 2020
Homens são dois terços de candidatos no Partido da Mulher Brasileira

No Grande ABC, sigla criada para aumentar representatividade feminina na política reserva para eles 66,6% das vagas de postulantes a vereador

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
14/10/2020 | 00:01
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Pixabay


Criado há cinco anos para materializar a participação feminina na política, o PMB (Partido da Mulher Brasileira) dá apenas pouco mais de um terço do espaço para candidaturas de mulheres no Grande ABC. Levantamento feito pelo Diário mostra que, dos 72 nomes às disputas por cadeiras nos Legislativos, 48 (66,6%) são homens e apenas 24 (33,3%) são mulheres.

Nas quatro cidades em que o partido disputa na região, em todas elas os projetos masculinos são maioria. Em Santo André, dos 32 nomes da legenda na corrida por cadeira no Legislativo andreense, 22 são homens, contra apenas dez mulheres. Em São Bernardo, são duas candidaturas femininas para quatro masculinas.

Em Diadema, única cidade em que a sigla possui prefeiturável nas sete cidades, são 12 candidatos homens e sete mulheres. Até a chapa majoritária é exclusivamente masculina, com o advogado Airton da Costa como cabeça e Adriano Soares como vice. O quadro desigual é completado por Ribeirão Pires, onde o partido possui 15 candidatos a vereador, sendo dez homens e apenas cinco mulheres.

Em seu site oficial, o PMB se descreve como um partido criado para garantir “maior representação das mulheres no Congresso Nacional e em todos os setores da sociedade”. Na semana passada, o Diário mostrou que, a despeito de a maioria do eleitorado da região ser mulher, as candidaturas femininas são minoria – o patamar é o mesmo: cerca de 66% candidatos homens, contra 33% de candidaturas encabeçadas por elas.

COMANDO
A desigualdade de gênero no PMB não se restringe à atuação do partido nas eleições. Com exceção de São Bernardo, em todas essas cidades onde o partido disputará cadeiras nos legislativos os diretórios municipais da sigla são presididos por homens.

Único prefeiturável da legenda, Airton da Costa admite o deficit de candidaturas femininas na legenda na região, mas atribui o quadro “ao sistema desigual”. “O PMB é um partido novo, temos muito pouco recursos. Não teremos recursos do fundo partidário nem tempo de propaganda no rádio. De certa forma, isso dificulta. Por isso as divisões (de candidaturas) não são igualitárias. Mas trabalharemos para eleger mulheres”, explicou.

Nesta semana, o Diário mostrou que quatro candidaturas 100% femininas foram registradas no pleito deste ano: Bete Siraque (PT) e Morgana Ribeiro (PCdoB), em Santo André; Lourdes de Souza e Sônia Almeida (ambas do Psol), em São Bernardo; Roseni Delmondes e Jessica Machado (ambas do PMN), em Mauá; e Marilza de Oliveira (PSD) e Helenice Arruda (PL), em Rio Grande da Serra.

Das 59 candidaturas, além das citadas, são mulheres prefeituráveis Simone Souza (PCO, Santo André), Denise Ventrici (PRTB, Diadema), Rafaela Boani (Psol, Diadema), Amanda Bispo (UP, Mauá), Vanessa Damo (MDB, Mauá) e Marisa da Casas Próprias (SD, Ribeirão). 




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