Wolfensohn afirmou aos delegados que há muito o que aprender com os pobres. 'Eles querem algo para seus filhos, querem segurança, afeto. Desejam um sentido de pertinência, uma voz, uma oportunidade de expressar-se``, declarou Wolfensohn. 'E, permitam-me dizer: eles sabem mais de pobreza do que qualquer um dos presentes neste fórum``.
Do lado de fora, uma ativista relatou o quanto sabia de pobreza e culpou o Banco Mundial por isso. Utai Wongpan, 65 anos, disse que tinha um pequeno comércio de pescado no rio Moon, no nordeste da Tailândia, até que o Bird financiou um projeto para transformar o rio numa represa. Uma vez concluída a construçao, nao havia mais peixes. Seus filhos foram obrigados a ir para Bangcoc trabalhar como operários, mas foram demitidos devido à recente crise asiática.
'Estou aqui para dizer ao senhor Wolfensohn e ao Banco Mundial como o dinheiro que eles deram ao governo afetou minha vida``, disse Utai durante o protesto. 'Agora, nao nos resta nada``.
Os manifestantes, alguns dos quais queimaram equipamentos de pesca como protesto, exigiram que Wolfensohn saísse e se reunisse com eles, mas o presidente do Banco Mundial recusou-se. 'Nao creio que se conseguirá algo se eu sair e for parte de um incidente``, declarou Wolfensohn, dando a entender que o protesto foi organizado por ativistas tailandeses e estrangeiros. Wolfensohn assegurou que apenas um grupo de pessoas foi afetado pela represa e que elas foram compensadas.
Previamente, o presidente da Organizaçao Mundial de Comércio, Mike Moore, recebera elogios por afirmar que é preciso fazer mais para intensificar o comércio entre os países mais pobres do planeta. Entretanto, Moore teve que ser cercado por intensas medidas de segurança para se proteger de manifestantes contrários a suas idéias de livre comércio. No domingo, um ativista lançou uma torta na cara do ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Michel Camdessus.
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