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Surf ajuda na inclusão de deficientes

Ação de ONG de São Bernardo levou 40 pessoas para passeio no Guarujá ontem

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
14/12/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


A sensação de prazer de tocar os pés no mar foi traduzida em sorrisos, gritos e palmas por grupo de 40 pessoas com deficiências física e intelectual durante passeio promovido ontem pela ONG Adote um Cidadão, de São Bernardo, ao Guarujá, no Litoral Paulista. A felicidade de estar na praia ficou completa entre os participantes com a experiência de surfar, esporte que exige superação de todos aqueles que se arriscam a praticá-lo.

A sexta edição do projeto, realizada na Prada das Pitangueiras, contou com um principiante. Arthur Silva Souza, 11 anos, que é fã do surfista profissional Gabriel Medina. “Agora sei como ele se sente. É dificil, mas vale a pena. Me diverti muito”, revela o garoto, cego desde que nasceu. Ele estava acompanhado pela mãe, Kênia Silva, 35, durante toda a aventura.

Já Adriano Ramos, 33, diz que sempre se arriscou em esportes radicais, principalmente relacionados ao mar, embora seja cadeirante. No passeio de ontem, ele dispensou a cadeira adaptada e se arriscou na prancha, com auxílio do professor. “Foi difícil, mas fiquei satisfeito em não ter usado a cadeira”, avalia.

Professor do esporte há 20 anos, Alan César, 41, observa que o surfe, além de ser excelente opção de lazer, auxilia no equilíbrio e na concentração. “O esporte adaptado oferece essa segurança para eles, driblando as deficiências. É importante mostrar que eles podem”, comenta.

Rodrigo de Carvalho, 33, deficiente intelectual, diz que, além do surfe, pratica futebol. “Sinto que o esporte me auxilia a esquecer os problemas por um tempo. Fico mais concentrado.”

Atleta de natação paraolímpica de São Bernardo, Letícia de Oliveira Freitas, 25, que enxerga parcialmente, também participou da ação. Ela destaca a importância da inclusão no esporte, o que ainda precisa avançar. Segundo ela, no ano passado, foi com o noivo, deficiente visual, em busca de aulas de surfe, no entanto, não foram aceitos porque a escola não tinha aulas adaptadas. “Quando fiquei sabendo do projeto me interessei e ano que vem estarei aqui novamente.”

Toda assistência aos deficientes, bem como as pranchas e o material utilizado foram oferecidos pela escola Pirata Surf. “A cada ano que proporcionamos isso é uma emoção diferente. Ouvimos histórias e sentimentos que nos motivam a continuar”, destaca o presidente da ONG Adote um Cidadão, Dom Veiga.




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