Armadora de 14 anos cai nas graças de olheiro da NBA e se prepara para viajar para Orlando
Há seis meses, Marcella Prande era uma garota de 14 anos que vivia na pacata cidade de Araçatuba, no Interior. Atuava em liga quase amadora de basquete e em pouco tempo viu sua vida se transformar. Passou na peneira do Santo André e, em três partidas no Campeonato Paulista, ganhou destaque. Agora está prestes a jogar nos Estados Unidos.
A vida da armadora começou a mudar quando sua mãe, a ex-jogadora Márcia Prande, aceitou o desafio de suportar a distância da filha e a trouxe para fazer teste no Santo André. Com 1,83 m e desenvoltura impressionante, ela agradou não só a comissão técnica andreense como um olheiro da NBA, a liga norte-americana, que a convidou para participar de avaliação em São Paulo com outras 14 meninas de Brasil, Porto Rico, Argentina, Uruguai, Jamaica e Trinidad e Tobago. Marcella ficou entre as dez escolhidas e será uma das cinco brasileiras que vão viajar para Orlando, de 6 a 11 de agosto, para representar a América Latina em campeonato contra selecionadas dos outros continentes.
Tímida, ainda tentando assimilar tantas mudanças, Marcella assume que não esperava que pudesse viver o sonho de ir jogar nos Estados Unidos. “Foi tudo rápido. Fiz o teste e passei. Não esperava”, diz a jogadora, que vai para Orlando com muita expectativa. “Vou dar o meu melhor, como sempre. O time é forte e tenho certeza de que podemos ir bem neste torneio”, projeta.
O Campeonato Paulista é a primeira competição da armadora como federada e em três jogos é a cestinha da categoria sub-14, com 23,67 pontos de média por partida. Ela ainda está se acostumando com a pressão de decidir boa parte dos ataques. “Aqui a responsabilidade é muito grande. Tem de ter foco nos treinos, ter a cabeça no lugar para fazer as coisas certas. Tem muito trabalho emocional envolvido”, explica.
Pela sua altura e qualidade, Marcella também está jogando a competição sub-15 e em dois jogos tem média de 7,5 pontos. “Estamos colocando ela no sub-15 para ir pegando mais experiência, jogar contra meninas mais fortes, isso vai ser importante para a carreira dela”, prevê a coordenadora das categorias de base andreense Arilza Coraça, que também é a treinadora da equipe sub-14.
Marcella, que tem na mãe e na tia, que também foi jogadora, as principais inspiradoras, se espelha nos grandes nomes da modalidade, como Hortência, Paula e Janeth. Mas diz que está aprendendo muito ao lado de Arilza. “Aqui evolui muito, principalmente na defesa. Reconheço o que ela tem feito por mim. A defesa nunca foi uma preocupação minha e agora estou aprendendo”, assegura a jogadora.
Além do torneio nos Estados Unidos, Marcella recebeu outra grande notícia. Ela foi convocada para integrar a Seleção Brasileira sub-14, que se prepara para o Sul-Americano da categoria sem data e local definidos.
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