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Vítimas das chuvas na Venezuela passarao Natal em Fortes militares
Do Diário do Grande ABC
22/12/1999 | 10:11
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Milhares de desabrigados em conseqüência dos deslizamentos provocados pelas intensas chuvas na Venezuela passarao a noite de Natal em camas de soldados de diferentes Fortes militares do país, sob estrita autorizaçao do presidente Hugo Chávez.

``Aqui estao em um regime militar flexível', disse o coronel Nelson Liendo López, chefe da circunscriçao militar do Distrito Federal.

Nesta circunscriçao militar, situada no Forte Tiuna, a principal fortaleza militar de Caracas, onde está sediado o Ministério venezuelano de Defesa, se encontram 763 pessoas que perderam suas casas, a maioria no costeiro e devastado Estado Vargas, mas também de alguns bairros de Caracas e de Los Valles do Tuy.

Outros fortes do interior do país foram também habilitados para receber desabrigados, anunciou o presidente Hugo Chávez, ao expor o plano de alojamento militar como uma segunda fase da operaçao, destinada a permitir que os desabrigados passam o Natal em melhores condiçoes de vida.

Ao referir-se ao ``regime militar flexível', Liendo explicou que as pessoas recebidas neste forte têm horas certas de refeiçao e precisam cumprir uma série de normas, entre as quais a de nao ingerir bebidas alcoólicas.

Enquanto Liendo falava, grupos de adultos caminhavam de um lado para outro pelos imensos espaços do forte, enquanto as crianças brincavam com uma bola e um conjunto musical interpretava temas folclóricos.

Os afetados estao distribuídos por famílias em galpoes com capacidade para alojar umas 80 pessoas, que dormem em beliches. Em cada galpao, fica um médico ou paramédico militar.

Perto dos galpoes e em uma estrutura dividida em cubículos funcionam os depósitos de alimentos, de produtos de limpeza e a farmácia. Os enfermos sao atendidos em um hospital de campanha montado a poucos metros dos galpoes dormitórios.

Liendo explicou que para reduzir o impacto psicológico da tragédia, sao realizadas atividades culturais e no dia 24 haverá um almoço ou ceia de Natal e até as crianças receberao presentes de ``Papai Noel'.

As portas do abrigo, dezenas de pessoas buscam seus familiares desaparecidos na tragédia e muitas se instalaram neles, o que criou mais um problema para as autoridades. ``Depois da visita desta terça-feira, tínhamos mais 100 pessoas', confessou um jovem oficial, que guardava a porta de entrada do refúgio.

Psicólogos e sociólogos atendem os mais traumatizados pela tragédia, entre os quais uma mulher com um bebê recém-nascido e um cachorro.




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