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Mortes no trânsito na região têm queda de 29,21% até novembro
Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
20/12/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


As mortes causadas por acidentes de trânsito no Grande ABC tiveram queda de 29,21% no acumulado de janeiro a novembro deste ano em relação a 2015. Foram registrados 230 óbitos contra 178 no período. Duas cidades – São Caetano e Ribeirão Pires –, no entanto, observaram aumento nos índices de 50% e 47%, respectivamente. Os dados integram levantamento mensal do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo), divulgado ontem.

O chefe do departamento de medicina de tráfego da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Júnior, ressalta que a redução não é correspondente ao que se espera, mas pontua alguns fatores que podem ter contribuído para isso. “Acredito que as taxas de multas, que aumentaram, e a fiscalização em relação ao álcool (<CF51>Lei Seca</CF>), talvez sejam inibitórios para que o motorista tenha mais cautela na rua. Mas também não é suficiente, porque monitoramento ostensivo poderia estar presente nas ruas com maior incidência de acidentes”, observa.

A alta demanda de veículos, responsável por trânsito intenso, também pode ser razão para a diminuição de acidentes fatais, avalia o professor de Engenharia Civil do Centro Universitário FEI Creso Peixoto. “Com maior tráfego, a velocidade cai. No entanto, nas rodovias tendem a gerar fluidez maior, com velocidades maiores e, aí, quanto maior a velocidade, a severidade de acidentes aumenta.”

Dois dos três acidentes fatais observados em Ribeirão Pires no mês passado ocorreram na Índio Tibiriçá, conhecida como rodovia da morte. São Caetano não registrou óbitos em novembro. “Pistas únicas são palcos de ultrapassagens indevidas e o impacto frontal tende a gerar mais acidentes com vítima fatal”, destaca Peixoto.

Alves Júnior salienta a estrutura das vias. “As frotas estão cada vez maiores para espaços pequenos. Os veículos crescem em tamanho e potência, mas as ruas são impróprias, construídas 50 , 60 anos atrás e mal projetadas para veículos com dimensões maiores”, fala. Somado a isso, ele ressalta ainda a desatenção de motoristas e pedestres, principalmente em relação ao uso do celular.

Os motociclistas continuam sendo as principais vítimas dos acidentes de trânsito. Das 12 ocorrências na região em novembro, metade foi observada sob duas rodas.

Os especialistas frisam que, para mudar o cenário envolvendo todos os protagonistas do tráfego, a principal arma de combate é a educação. “Para entender o que é correr e gerar risco de vida, exige nível educacional melhor, mas os índices (da Educação) no País caem ano a ano”, lamenta Peixoto.

“Há necessidade urgente de implantar educação no trânsito nas escolas, para que haja mudança cultural quando a pessoa chegar aos 18 anos e poder tirar sua carteira de motorista”, diz Alves Júnior. 




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