Os testes de flotação do Rio Pinheiros podem ser suspensos ou adiados no início de 2008 em função do período de chuvas. Há quatro meses, quando o governo do Estado anunciou a implantação do sistema, nenhum resultado é anunciado.

As primeiras dificuldades, segundo a Emae (Empresa Metropolitana de Água e Energia), estavam relacionadas aos equipamentos usados no processo. O Estado reservou R$ 24 milhões para o projeto, que tem o objetivo de tratar a água e bombeá-la para a Billings.

Desde 31 de agosto, porém, nenhum resultado foi alcançado. O governo não revela quanto já foi gasto nem o volume despejado na represa. Para especialistas, o silêncio é sinal de que o projeto não dará certo. Ambientalistas condenam o sistema por considerarem que a represa será a grande prejudicada e a usina de Henry Borden, que produz energia na Baixada Santista, a única favorecida.

Em 2003, a discussão ambiental barrou o projeto na Justiça pela primeira vez. Desde então, os equipamentos comprados pela Petrobras (em um convênio de R$ 50 milhões firmado com o governo) ficaram parados. A autorização definitiva foi dada pela Promotoria Estadual do Meio Ambiente, que ficou responsável por acompanhar os testes.

Em entrevista concedida ao Diário, o promotor José Eduardo Lutti reconhece que passados quatro meses as dúvidas continuam. “Acredito que o problema com as máquinas já está sanado, mas as chuvas atrapalham. Estamos discutindo agora para prorrogar o período de testes”, diz.

Segundo Lutti, até agora pouca água foi bombeada para a Represa Billings. A quantidade não foi suficiente para saber se haverá ou não prejuízo à qualidade de água do manancial.