"As desigualdades ameaçam a coesão política e social e podem gerar dúvidas sobre a integridade da reforma econômica, da liberalização e da globalização", anunciou Tadao Chino, presidente da BDA.

A declaração foi feita aos delegados presentes à conferência internacional para o Combate à Pobreza na Ásia e no Pacífico. Quarenta e três nações e territórios enviaram representantes a esta conferência, que vai durar quatro dias. "A pobreza é inaceitável num mundo inovador como o nosso", acrescentou.

James Wolfensohn, presidente do Banco Mundial, afirmou por sua vez que apenas dinheiro não vai diminuir a pobreza. Segundo ele, é necessário criar um sistema de proteção social, melhorar a infra-estrutura e elaborar programas econômicos e políticos mais eficazes.

Ele acresentou que a população mundial deve aumentar para oito bilhões em 25 anos e que não se dedicar à solução do problema provocará distúrbios maiores ainda no futuro.

Nenhum país foi apontado em particular. Mas Shoji Nishimoto, do departamento de Estratégia e de Política da BDA, ressaltou que os países com distribuição de renda muito desigual não conseguem manter a estabilidade.

Ele também previu que o fenômeno da globalização pode atrair a atenção da população para as desigualdades. "As pessoas observarão que se o mercado funciona de maneira tão equilibrada porque os resultados são distribuídos de maneira tão desigual", explicou.

Chino repetiu que a redução da pobreza foi o principal objetivo da BDA depois de 1999, que concedeu 40% da suas receitas para o combate à pobreza. Segundo ele, o crescimento é a arma mais eficaz nesta luta, se for acompanhado de medidas de desenvolvimento social.

Apesar do crescimento rápido nas últimas décadas, dois terços da população pobre vive na Ásia.