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Vigilância esclarece sobre meningite

Aluna de escola municipal morreu vítima da doença na sexta-feira

Por Angela Martins
Do Diário do Grande ABC
15/12/2011 | 07:00
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A Vigilância Epidemiológica de São Bernardo promove hoje, às 13h, palestra sobre a meningite meningocócica para pais de alunos e funcionários da Emeb Cassiano Ricardo. A doença matou a estudante Tainá Barreto, 6 anos, na sexta-feira. Preocupados com possível surto, pais das crianças questionam os métodos de prevenção que estão sendo aplicados pela Prefeitura.

Tainá apresentou os sintomas da meningite bacteriana na quarta-feira, com dores no corpo, no maxilar e febre. Foi internada no Hospital Márcia Braido, em São Caetano, onde veio a falecer. Avisada pelo hospital, a Vigilância Epidemiológica de São Bernardo realizou o bloqueio quimioprofilático - uso de antibióticos - nos familiares.

"Estamos assustados porque recebemos apenas comunicado na segunda-feira de que houve caso de meningite na escola e que haveria palestra sobre o assunto. Acredito que é muito tempo para tratar de um caso tão perigoso", afirma a dona de casa Sueli Cristine Silvestrim, 37 anos, mãe de Maiara, 4, aluna da escola.

Para a também dona de casa Ildete Santos Sena, 41, o medo do contágio é grande. "Minha filha estudava com a Tainá e teve contato diretamente com ela. Estou apavorada. Não pretendo trazer minha filha para a aula até que se resolva o problema."

De acordo com o departamento de Saúde do município, em princípio, o uso de antibióticos é destinado apenas aos colegas e aos professores da sala de aula da menina, mas os técnicos da Vigilância poderão estender a medicação a outras crianças e adultos que tenham tido contato próximo com a vítima em ambientes fechados por longos períodos.

"Quando a meningite atinge criança com menos de 7 anos a recomendação do Ministério da Saúde é que a medicação seja adotada para todos aqueles que tiveram contato íntimo por mais de quatro horas em ambientes fechados. Caso a vítima tivesse mais de 8 anos, o uso de antibióticos seria restrito aos integrantes da família", diz a chefe da Vigilância Epidemiológica Candida Kirschbaum.

Aplicação da vacina não é recomendada, diz especialista

Embora pais de alunos questionem sobre a aplicação de vacina para prevenção de novos casos, o infectologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC Adilson Cavalcante explica que, nesse caso, o uso é ineficiente. "A vacina só é recomendada em situações de surto comprovado e leva cerca de duas semanas para imunizar o organismo."

Para o especialista, o procedimento realizado pela Prefeitura está correto. "O prazo para aplicação do antibiótico está adequado. Realmente, apenas as crianças e funcionários que tiveram contato prolongado com a menina infectada devem tomar o medicamento."

ÓBITOS

Em 2011 foram registrados no Grande ABC 45 óbitos por meningite. O total de casos da doença neste ano foi de 730 na região. Em 2010, o número chegou a 868. Em todo o Estado, foram 6.456 notificações em 2011.




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