Automóveis Titulo Comparativo
Agora eles também são 2.0 Flex
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
19/05/2010 | 07:00
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Atualizar-se constantemente para não ficar preso ao passado é palavra de ordem no mercado automobilístico brasileiro. Evoluir e atender aos desejos do consumidor é obrigação tanto para os que desejam manter-se no topo das vendas, quanto para os que almejam alcançá-lo. E foi isso que Ford e Toyota fizeram com os modelos Focus Sedan e Corolla, respectivamente, equipando-os com novos motores 2.0 flexíveis.

Devidamente transplantados, com coração renovado, decidimos colocar frente a frente esses dois importantes representantes do segmento dos sedãs médios com o objetivo de ver qual deles, após essa revigorada, ficou mais interessante. Avaliamos então a versão Ghia - topo de linha do Ford -, que custa R$ 74.520, e a intermediária XEi do Corolla, com preço de R$ 74.920, ambos com câmbio automático.

Por esses valores, ambos entregam boa lista de equipamentos de série. Destaque para direção hidráulica, ar-condicionado, rodas de liga leve de 16 polegadas, faróis de neblina, controlador de velocidade, bancos revestidos de couro, freios ABS com EBD, sensor crepuscular e air bag duplo frontal - no caso do Corolla, também lateral.

No entanto, o Ford oferece um pouco a mais - e talvez esteja no custo-benefício a grande cartada do Focus. Comando de voz, teto solar e sensor de estacionamento - fundamental em sedãs - são itens extras na opção Ghia.

DESEMPENHO - Mas vamos ao que realmente importa: desempenho. E neste ponto, o Corolla parece ter dado um excelente salto de qualidade em relação ao bloco 1.8 flexível. As respostas ficaram realmente mais interessantes - ágeis e dinâmicas - com os 153 cv de potência a 5.800 rpm e torque de 20,7 mkgf a 4.800 rpm proporcionados pelo 2.0 16V Dual VVT-i alimentado também com etanol.

E apesar de a transmissão Shifttronic ser de apenas quatro velocidades, a sintonia fina da caixa com o propulsor foi muito bem equalizada pelos engenheiros. As trocas acontecem de forma rápida e suave, quase imperceptíveis. Destaque positivo para a possibilidade de as mudanças serem feitas manualmente pela alavanca do câmbio - quando a mesma está na posição ‘S' - ou por meio das borboletas (paddle shift) localizadas atrás do volante - novidade na linha.

A suspensão tem acerto firme, sem deixar o conforto de lado. Afinal, estamos falando de um sedã médio.

O Focus, no entanto, não fica muito atrás. Pelo contrário. O motor Duratec 2.0 16V Flex também tem saúde sob medida e faz bonito. São 148,3 cv de potência a 6.250 rpm e torque de 19,4 mkgf a 5.250 rpm, quando bebe apenas álcool.

O calcanhar de Aquiles para o melhor desempenho do Ford está no câmbio automático FN 4F27E. Uma caixa de cinco velocidades poderia tornar o modelo mais esperto. Outro ponto a ser destacado são os 80 quilos a mais em relação ao rival.

O conjunto de suspensão, por outro lado, é a vedete do Focus. Independente do tipo MacPherson na dianteira e independente tipo multilink na traseira, o sistema faz do sedã um automóvel sobre trilhos. Abusar nas curvas mesmo com o porta-malas vazio não faz do Ford animal arisco ou indomável.

INTERIOR - Quando analisamos o interior de ambos os veículos, procuramos, acima de tudo, certo grau de requinte. E na escala por nós estipulada, o Toyota atingiu patamares mais elevados. Destaque para o excelente acabamento que mescla couro de qualidade e peças plásticas e metálicas de texturas superiores e encaixes ideais. O painel de instrumentos é simples, porém sóbrio e de fácil leitura. Destaque para os comandos, todos à mão do motorista, e para a agradável ergonomia - controles manuais do banco do motorista e da coluna de direção (altura e profundidade).

O Focus, por sua vez, utiliza materiais de qualidade satisfatória também, mas que não exalam categoria superior, como o Corolla. Ponto positivo para o ajuste de altura do banco do motorista, que é elétrico. O volante, assim como concorrente, traz regulagem de altura e profundidade.

Mas se o acabamento fica atrás do Corolla, o espaço leva vantagem. Apesar de ser 6 cm menor, o Focus tem, respectivamente, 4 cm, 8 cm e 1 cm a mais de distância entre os eixos, largura e altura. E ainda assim, a capacidade de carga é maior: 526 litros contra apenas 470 litros do Toyota.

DESIGN - Em termos de design, os dois têm desenhos distintos. O Focus tem frente mais invocada, alinhada ao DNA Kinetic da Ford. O único ponto que merece ressalvas é a traseira, pouco ousada. O Corolla, por sua vez, tem linhas mais clássicas e recatadas, mas que remetem - e muito - ao irmão mais velho e refinado Camry, principalmente a dianteira.

POR FIM... - Diante de todos os itens analisados, declarar um vitorioso beira a injustiça. O Corolla apresenta melhor desempenho e acabamento interno. Já o Focus tem ótimo custo-benefício e mais espaço. O design, então, poderia resolver a parada. Mas como gosto não se discute, escolha você aquele que mais lhe agrade e declare o seu vencedor!




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