Economia Titulo Petróleo
Pré-sal alivia escassez, mas não será suficiente
06/09/2009 | 07:13
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Analistas e instituições internacionais na área de petróleo são unânimes em dizer que o pré-sal terá papel importante para garantir o abastecimento do produto nos próximos 30 anos. Mas a descoberta brasileira não está sozinha nem será suficiente para mudar o mapa mundial.

Empresas e especialistas vêm buscando, nos últimos anos, as novas fronteiras para a exploração no mundo. Até 2030, o planeta precisará de seis novas Arábias Sauditas para suprir a demanda por energia. O problema é que o petróleo está em regiões mais difíceis, os poços são mais profundos e os custos, cada vez maiores.

Segundo cientistas, o pré-sal é prova concreta disso. Por trás dessas apostas está a constatação da AIE (Agência Internacional de Energia) de que as atuais reservas estão em plena queda de produtividade e, até 2030, o mapa da produção mundial sofrerá mudança significativa.

Por ano, as 580 maiores reservas do mundo perdem 6,7% de seu petróleo. Sem investimentos pesados, essa perda chegaria a 9%. O risco, para analistas, é o de que a produção mundial passe dos atuais 70 milhões de barris por dia para menos de 30 milhões de barris diários em 2030. A maior reserva do mundo, a Ghawar, descoberta na Arábia Saudita em 1948, conta ainda com metade de seus 140 bilhões de barris estimados.

Mesmo com a atual crise, a AIE é clara em alertar que a demanda por energia e petróleo no mundo continuará acelerada, em parte por causa do consumo de China e Índia. A recessão atual pode amenizar esse quadro momentaneamente, mas, segundo a AIE, não altera a perspectiva de longo prazo.

A conta da agência é clara: para atender ao consumo em 2030, o mundo terá de adicionar 63 milhões de barris de petróleo por dia em 20 anos. Nada menos que seis vezes a produção atual da Arábia.

Uma dificuldade é a taxa cada vez menor de novas descobertas. Os anos 1960 foram o momento de ouro. Naquela década, reservas com uma média de 53 bilhões de barris eram encontradas por ano. Nos anos 1990, essa taxa caiu para 13 bilhões de barris. A diferença entre a descoberta da reserva e a primeira extração é de quase uma década.

Por causa do aquecimento global, a possibilidade de exploração do petróleo no ártico cresce. Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (conhecido como WWF), 2008 teve o menor nível de cobertura de gelo no Polo Norte.

Analistas militares confirmaram que tanto os americanos quanto os russos estão dispostos a financiar expedições de peso para pesquisar reservas de petróleo na região. Os mais otimistas falam em reservas de 400 bilhões de barris, ou o equivalente em gás natural.




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