Política Titulo Santo André
Anúncio de 1º escalão não é bem digerido na Câmara
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
16/12/2012 | 07:00
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O anúncio dos futuros integrantes do primeiro escalão do governo Carlos Grana (PT) para Pastas hoje inexistentes na atual estrutura administrativa não foi bem digerido pelos vereadores de Santo André, que, descontentes, criticaram a postura do petista. A contrariedade dos parlamentares se dá em razão de considerarem ingerência na atuação legislativa, pois o projeto do Executivo de criação e remanejamento de secretarias depende, obrigatoriamente, de aprovação da Câmara.

Ao todo, são cinco Pastas a serem criadas, sendo que, para quatro delas, Grana já declarou o novo titular - eles só podem ser empossados na eventual secretaria depois de a reforma elaborada passar pelo crivo dos vereadores. O petista oficializou o vereador Tiago Nogueira (PT) e Silmara Conchão como próximos secretários de Relações Institucionais e Mulheres, respectivamente. Além disso, o sindicalista Cícero Martinha (PDT) foi destinado para Trabalho e Renda e a ex-jogadora de basquete Marta Sobral para Esportes.

O vereador reeleito Ailton Lima (PTB) tratou o posicionamento de Grana de "petulante e prepotente". Segundo o petebista, o anúncio soou de modo arrogante por tratar a Câmara de subserviente ao Executivo. "Ninguém deveria divulgar algo que não depende 100% da sua vontade. Parece autoritarismo", disse, ao completar que o texto não passou por discussão de despesa ou impacto orçamentário. "É desrespeito, falta de tato. Ele (Grana) chega com o pé esquerdo."

Reeleito pelo DEM, o vereador Toninho de Jesus seguiu a mesma linha, afirmando que "dá a entender que os parlamentares estão comprados". Para o democrata, o prefeito eleito tomou atitude arbitrária e precipitada. "O Grana foi infeliz. Logo de cara já desfez dos vereadores, desvalorizou o nosso papel. Não adianta enfiar goela abaixo."

Toninho declarou que o petista tende a colher consequências negativas num futuro próximo com o passo mal dado. "Inclusive na governabilidade. Ele teve quase 50 dias para dialogar e não chamou reunião, esquecendo que sem o nosso voto não tem posse."

Almir Cicote (PSB), por sua vez, frisou que o governo eleito cometeu erro primário do ponto de vista político. De acordo com o socialista, a postura adotada por Grana não condiz com a atuação petista nos últimos quatro anos em oposição à administração Aidan Ravin (PTB). "O PT criticou muito o atual prefeito na ocasião da reforma. Bateram. E agora vejo como falta de habilidade momentânea por esticar a corda numa estratégia equivocada."

 

RESGATE

No início da gestão, em 2009, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), sofreu para emplacar a reforma administrativa. Por oposição, o petista demorou um ano para implementar as mudanças desejadas na estrutura de secretarias.

Durante o evento do anúncio, Grana ponderou em algumas ocasiões sobre a apreciação da Câmara para a implantação das Pastas. Por enquanto, os titulares das secretarias não criadas ficarão em diretorias ou assessoria especial, segundo o prefeito eleito, para adiantar o plano de governo específico para a área.

 




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