Economia Titulo Caminhões
Scania acerta
ao se diversificar

Montadora, cuja fábrica faz 50 anos, cresce 290% nos
semipesados e aposta na diversificação dos produtos

Leone Farias
16/12/2012 | 07:00
Compartilhar notícia


A Scania, cuja fábrica de São Bernardo faz 50 anos neste mês, tem motivos para comemorar o cinquentenário da unidade fabril, apesar das dificuldades enfrentadas pelo segmento de caminhões neste ano.

Em 2012, a empresa começou a colher frutos da aposta na diversificação de produtos e, ao mesmo tempo, se saiu relativamente bem ao se adiantar na adequação da produção às novas normas de emissão de poluentes para veículos de carga.

Depois de ingressar, em 2011, no mercado de caminhões semipesados, a montadora já chega neste ano a 2,5% de participação nesse segmento, com crescimento de vendas de 290% frente a 2011. "Saímos praticamente do zero para quase 1.000 unidades neste ano", destaca o diretor de Vendas da Scania do Brasil, Eronildes Barros.

A empresa também busca atender melhor diferentes tipos de aplicações. Recentemente renovou sua linha de veículos de carga offroad e lançou, na 15ª Exposição de Transportes do ABC, em São Bernardo, o novo modelo 6 X 2/4, específico para o segmento dos cegonheiros.

Além disso, a Scania saiu na frente no atendimento à norma ambiental brasileira Proconve 7 (similar à Euro 5 e que entrou em vigor em janeiro), com a linha de montagem ajustada aos critérios mais rígidos de emissão de poluentes dos veículos desde outubro do ano passado.

A estratégia se mostrou acertada. Durante nove meses de 2012 liderou em vendas de caminhões pesados equipados com a nova tecnologia. "Fomos desmitificando as incertezas dos clientes de que poderiam elevar os custos, já que o caminhão tem menor gasto com manutenção em relação à série anterior", diz o diretor.

A companhia atualmente é a terceira no ranking dos pesados (com 23,5% de participação), mas conta com um modelo que foi líder, em novembro, no segmento (o R440) no Brasil, com 685 unidades comercializadas no mês.

CRISE - Assim como grande parte do segmento, a montadora não saiu ilesa da crise no mercado. No ano até novembro, contabiliza queda de 19% nas vendas de caminhões. No entanto, vem em recuperação. No mês passado, registrou alta de 16,9% frente ao igual período de 2011, com a ajuda das medidas do governo para a atividade - sobretudo a linha Finame PSI 4, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), operacionalizada no fim de setembro e que reduziu a taxa de juros para 2,5% ao ano.

Setor espera mercado promissor em 2013

Depois de dois anos fortes, 2012 foi bem mais fraco, como o próprio segmento de caminhões já esperava, entre outros fatores por causa das novas tecnologias (mais caras) exigidas pela mudança nas normas de emissão de poluentes desses veículos. Isso levou muitos clientes (transportadoras, por exemplo) a anteciparem compras em 2011. Agora as expectativas se voltam para 2013, que tem tudo para ser bem mais promissor: a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) prevê crescimento superior a 7% nas vendas do setor em relação a 2012.

Para o diretor da Scania Eronildes Barros, a prorrogação da linha Finame PSI para a compra de caminhões – que em 2013 terá taxa de 3% ao ano no primeiro semestre e 4% no segundo –, deve continuar estimulando as vendas.

Ele acrescenta que os programas do governo para investimentos em infraestrutura, como o que prevê R$ 133 bilhões em rodovias e ferrovias, devem contribuir para o crescimento do País. “Se o Brasil cresce, há mais carga para transportar. A economia pujante é a fórmula ideal, ninguém compra um caminhão para deixar parado”, assinala.

Com isso, a empresa, que tem quadro de 3.074 funcionários na fábrica de São Bernardo, e conta com capacidade instalada para produzir 28 mil unidades (entre chassis de ônibus e caminhões), têm condições de acelerar o ritmo. De janeiro a setembro, a companhia fabricou 11.737 unidades.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;