Setecidades Titulo São Bernardo
Família de bailarina
cobra indenização

Advogado de menina de 16 anos ferida em queda de
ponto de ônibus exigirá R$ 622 mil por danos morais

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
05/12/2012 | 07:00
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A família da jovem de 16 anos ferida após a queda de um abrigo de ônibus em São Bernardo irá exigir na Justiça indenização por danos morais no valor de 1.000 salários-mínimos, o equivalente a R$ 622 mil. O acidente ocorreu na tarde de sexta-feira na Rua Rio Acima, no Riacho Grande. A garota teve fraturas nos dois tornozelos.

Além da ação por danos morais, o advogado da família, José Beraldo, irá pleitear o pagamento de pensão e lucro cessante, pois a menina estava próxima de se formar em balé e dava aulas para crianças. O criminalista informa que também pedirá ao Ministério Público a abertura de inquérito para investigar as condições dos pontos de ônibus da cidade. Os processos serão contra a Prefeitura de São Bernardo e a SBCTrans, empresa prestadora dos serviços municipais de transporte coletivo.

"A situação dos abrigos é maquiada. As estruturas são pintadas para esconder a ferrugem", acusa Beraldo. Para o advogado, a administração agiu de forma negligente e imprudente. "Eles tinham a obrigação de vigiar e efetuar a manutenção adequada."

Beraldo informa que não foi procurado pelo município ou pela empresa para a cobertura de despesas médicas. Segundo familiares, ainda não é possível saber se a jovem poderá voltar a dançar balé.

A Prefeitura informa que a instalação, manutenção e conservação dos abrigos de ônibus são de responsabilidade da SBCTrans. De acordo com a administração, a companhia foi acionada para esclarecimentos e apuração do caso. A ETCSBC, gerenciadora do transporte municipal, diz que também está verificando as circunstâncias da ocorrência para evitar novos acidentes. A SBCTrans não comentou o assunto. Já o prefeito Luiz Marinho (PT) afirmou que multará a empresa caso ela se recuse a prestar auxílio financeiro à família no que se refere aos gastos com o tratamento médico.

FERRUGEM

A equipe do Diário percorreu ontem cerca de 45 abrigos na cidade. Desse total, a maioria possui estrutura metálica, sendo que a maior parte delas apresenta sinais de ferrugem. As piores condições foram encontradas no Riacho Grande, próximo ao local do acidente. Um deles apresenta ferrugem até nos assentos, além de buracos no teto.

O ponto que caiu sobre a menina foi substituído. Mesmo assim, passageiros evitam esperar os ônibus sentados no local. "Vi que colocaram outro há pouco tempo. Não sei se está firme. Melhor não arriscar", comenta a manicure Michele da Silva, 21.

Para o ajudante Agnaldo Custódio da Silva, 36, seria melhor trocar os equipamentos por estruturas de concreto. "Antigamente era assim e nunca ouvimos falar de acidentes. Não sei por que mudaram."

Diadema e Mauá substituem maioria dos abrigos

Para evitar acidentes com abrigos de ônibus antigos, as prefeituras de Mauá e Diadema executam a substituição da maioria dos pontos. Em Mauá, a administração municipal informa que, dos 165 equipamentos, 100 foram trocados neste ano. O município informa que as trocas são feitas conforme a necessidade e que o investimento é das concessionárias.

Em Diadema, diz a Prefeitura, existem 157 abrigos, sendo 27 criados em outubro. Os 130 restantes foram substituídos desde abril do ano passado. Em São Caetano, não foram feitas trocas neste ano. O município informa, no entanto, que já existe licitação aberta para manutenção e limpeza dos equipamentos para o próximo governo. Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não forneceram os dados.




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