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Remédio para câncer de mama será dado pelo SUS

O medicamento Trastuzumabe (Herceptin) reduz em até 22% o risco de morte pela doença

Por Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
24/07/2012 | 07:00
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O Ministério da Saúde anunciou ontem que irá incluir na lista de medicamentos fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) importante aliado no combate ao câncer de mama. A droga de alto custo Trastuzumabe (Herceptin) reduz em até 22% o risco de morte, além de ser eficaz contra o ressurgimento da doença.

No Grande ABC, a medicação já é utilizada em pacientes oncológicos do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, e do Hospital de Ensino Anchieta, em São Bernardo. A droga, injetável e de uso hospitalar, é repassada pelo governo estadual conforme demanda. Em até seis meses, prazo estipulado pelo Ministério da Saúde, o remédio será disponibilizado para tratamento em outros hospitais ou centros especializados da região.

A medicação é recomendada em cerca de 25% dos casos de câncer de mama. Essa porcentagem possui o tumor Her-2, agressivo e conhecido por se desenvolver mais rapidamente se comparado aos outros. "Essa medicação revolucionou o tratamento do câncer de mama. É efetiva e menos tóxica. É bem tolerada pelos pacientes, mas muito agressiva contra o tumor", comentou o oncologista da Faculdade de Medicina do ABC, Daniel Cubero. Para o especialista, no entanto, a inclusão foi tardia. "Antes do uso desse remédio, as pacientes tinham pouca evolução no tratamento. Agora, mais pessoas terão acesso." A medicação pode ser utilizada de forma preventiva e também após cirurgias. Normalmente a pessoa recebe uma aplicação a cada três semanas. A recomendação varia conforme o peso da paciente.

O câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres. No Brasil, estimam-se 52,6 mil novos casos entre 2012 e 2013. Em 2010, ocorreram 12,8 mil mortes por causa da doença.

A presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de São Caetano, Lucia de Oliveira Leite, comemorou a notícia. A entidade atende mensalmente 80 mulheres. "Isso é uma bênção. Esperamos que favoreça todas as pacientes, especialmente as mais pobres."

O medicamento custa entre R$ 5.000 e R$ 10 mil e é um dos mais procurados. Em 2011, o governo federal gastou R$ 4,9 milhões para atender a 61 pedidos judiciais. Neste ano foram gastos R$ 12,6 milhões com a compra por demanda da Justiça.

No Grande ABC, a Prefeitura de Santo André teve de desembolsar, entre outubro de 2009 e agosto de 2011, R$ 369 mil para pagar o tratamento de uma paciente que moveu ação judicial para receber a medicação. Mauá não respondeu ao Diário. Nas demais cidades não houve demanda.




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