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Estado anuncia mais melhorias para o parque Chácara Baronesa

Área verde ganhará horta comunitária, brinquedoteca e pista de caminhada

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
01/09/2013 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


No dia em que completou 12 anos como parque, a Chácara Baronesa, localizada em Santo André, na divisa com São Bernardo, começou a receber obras para implementação de estruturas de lazer e cercamento. Durante a assinatura da ordem de serviço no valor de R$ 1,5 milhão para as melhorias, o secretário do Meio Ambiente do Estado, Bruno Covas, anunciou investimento de mais R$ 1,1 milhão para a área verde de 340 mil m².

Conforme explica o secretário do Meio Ambiente, o novo repasse para o parque foi possível graças à economia de 40% obtida no processo licitatório, que declarou a empresa RJC Sinalização Ltda vencedora do certame. A previsão inicial do Estado era gastar R$ 2,6 milhões com a instalação de gradil de aço de 2,2 metros de altura em torno da chácara, quadra poliesportiva, campo de futebol, parquinho, academia ao ar livre, sanitários e nove quiosques. As intervenções têm prazo de quatro meses para serem finalizadas.

Acompanharemos as obras para entregar esta revitalização o mais breve possível. Este espaço é preservado e metropolitano. Todo o Grande ABC será beneficiado pelo Parque Baronesa”, sustenta o secretário.

Já o investimento extra será usado para a construção de pista de caminhada, horta comunitária, brinquedoteca, três banheiros, mais pontos de iluminação, além da melhoria do portal de acesso ao parque, na Estrada João Ducin, Jardim Stella, em Santo André. A expectativa é concluir projeto e licitá-lo até o fim do ano e concluir as obras até julho de 2014.

O deputado estadual Orlando Morando (PSDB) afirma que fará campanhas para incentivar a visitação. “Essa é uma área nobre. Podemos considerá-la nosso Ibirapuera”, comenta. A expectativa é que o parque funcione inicialmente das 6h às 18h.

O restante da verba prometida pelo Estado para a revitalização do parque – R$ 1 milhão – está sendo investido em segurança. Além da instalação de câmeras, foi contratada empresa responsável pela implementação de 14 bases fixas, com 56 homens se revezando em turnos.

História

Para a líder do Movimento de Defesa da Chácara Baronesa, Vera Rotondo, as ações representam mais uma vitória para o grupo, que atua desde 1984. “Vamos acompanhar as intervenções e ajudar na fiscalização”, ressalta.

Conhecido também por Haras São Bernardo, até meados da década de 1970, o espaço era utilizado para treinamento de cavalos. O local é tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) desde 1990.

Solução habitacional é próximo passo

Apesar do anúncio da série de benfeitorias, a área verde ainda concentra problema habitacional que precisa ser resolvido pelo poder público. Pelo menos 700 famílias ocupam parte do parque de forma irregular.

De acordo com o prefeito Carlos Grana (PT), a Prefeitura de Santo André tem papel de protagonismo nesta etapa de busca por melhorias para a Chácara Baronesa. “Faremos atualização cadastral do número de pessoas que moram na área e, em parceria com o Estado e União, buscaremos solução habitacional.”

O prefeito destacou que tem meta de construir 5.000 unidades habitacionais até 2016, mas que o número pode ser ampliado para 7.000. “Certamente as famílias da Chácara Baronesa estarão contempladas”, diz.

O deputado estadual Orlando Morando (PSDB) se comprometeu a solicitar audiência com o secretário estadual de Habitação, Silvio Torres, para discutir o tema. “Nosso próximo grande desafio é solucionar a questão destas famílias que também não aguentam mais viver nessa condição”, comenta.

Para uma das líderes comunitárias da Associação dos Moradores do Haras Santo André, Francisca Andrade, a comunidade está confiante de que será beneficiada. “Nós estamos satisfeitos com as melhorias para o parque, porque também consideramos importante, mas para nós a prioridade são as moradias.” Segundo ela, entre os transtornos observados estão os deslizamentos e quedas de árvores em época de chuva.

A ocupação irregular da Chácara Baronesa ocorreu no início dos anos 1990, quando o terreno pertencia à Inocoop (instituto de auxílio às cooperativas habitacionais), que pretendia construir moradias populares. No entanto, o Estado tombou o local e impediu as obras. Com isso, a cooperativa entrou com pedido de indenização na Justiça.

Enquanto não havia decisão, o terreno ficou abandonado e começou a ser invadido.

Em março, a Promotoria de Meio Ambiente de Santo André voltou a cobrar que o Estado faça a remoção das famílias.




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