A polícia indonésia informou nesta sexta-feira que está preparada para enfrentar eventuais ataques islâmicos por ocasião do Natal. Os cristãos pretendem se reunir para comemorar a data, apesar das ameaças de atentados.

Mais de 180 mil policiais foram mobilizados no arquipélago, pois as autoridades temem eventuais atentados, sobretudo contra a minoria cristã, por ocasião da festa de Natal.

O porta-voz da polícia, general Sunarko Danu Ardanto, explicou que cada chefe de polícia local entrou em coordenação com as autoridades civis e militares para proteger as igrejas, templos, centros comerciais e outros locais sensíveis.

A operação ‘Candeia 2004’ (Lilin 2004) tem o objetivo de evitar a repetição do Natal sangrento de 2000, quando uma série de atentados islâmicos contra locais de culto cristão provocou 19 mortes e deixou dezenas de feridos.

A mobilização não conseguiu impedir que criminosos atacassem um religioso cristão, que ficou gravemente ferido na cidade de Posso, centro da ilha de Celebes, cenário freqüente de tensões entre muçulmanos e cristão.

A polícia não informou se a vítima era um sacerdote católico ou um pastor protestante.

Na capital, Jacarta, 28 mil pessoas foram mobilizadas para garantir a segurança durante as festas: 14 mil policiais, 8 mil militares e 6 mil funcionários municipais.

O general Firman Gani, chefe de polícia de Jacarta, disse que 467 igrejas e outros 67 locais de culto receberão proteção especial.

O presidente do país, Susilo Bambang Yudhoyono, deu instruções precisas para que policiais uniformizados e à paisana sejam posicionados diante dos prédios cristãos.

O governo informou que as cidades de Jacarta, Medan (norte de Sumatra), Makassar (sul de Celebes) e Surabaya (leste de Java, reduto muçulmano) serão particularmente vigiadas.

Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido advertiram seus cidadãos sobre o grande risco de atentado antes do Natal.

Quase 90% dos 223 milhões de indonésios são muçulmanos e em sua grande maioria praticam um islamismo tolerante. Porém, em algumas regiões, os atos de violência religiosa são crônicos, sobretudo onde os cristãos representam metade da população.