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Filippi encerra ano de 2005 satisfeito
Por Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
01/01/2006 | 09:47
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Um ano de realizações. Dessa forma o prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), define 2005 para o município. Entre as conquistas, o petista cita a assinatura do convênio para a instalação da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) no município. A Câmara aprovou a cessão do terreno à universidade e as aulas começam em agosto. Outro fato positivo do ano que acabou de se encerrar diz respeito ao Quarteirão da Saúde – megacomplexo de atendimentos de especialidades. Considerado uma de suas vitrines, Filippi esteve em dezembro em Brasília, para garantir um aporte de R$ 15 milhões do Ministério da Saúde para as obras, que deverão estar concluídas em junho. O petista também comemorou a vitória do ‘sim’ em Diadema no referendo sobre venda de armas. Além do município, no Estado de São Paulo a outra cidade a dizer ‘sim’ foi Angatuba. No Brasil, o ‘não’ venceu com diferença de 64%.

Mas o ano de Filippi não foi só flores. Um dos grandes percalços do prefeito foi lidar com o seqüestro de recursos para o pagamento de precatórios (dívidas judiciais). Somente em 2005 foram cerca de R$ 16 milhões confiscados dos cofres públicos. Outro assunto que certamente causou dor de cabeça ao prefeito diz respeito ao funcionalismo público. No dia 24 de novembro, cerca de 1,5 mil servidores públicos fizeram uma paralisação em frente à Câmara, reivindicando reajuste salarial. Segundo o Sindicato dos Servidores, as perdas acumuladas chegam a 53,52%.

Leia abaixo, os principais trechos da entrevista concedida pelo prefeito de Diadema ao Diário, onde fez um balanço do trabalho efetuado no primeiro ano de seu terceiro mandato à frente do Executivo.

Terceiro mandato:
"Nós tivemos o início de uma colheita, que o povo de Diadema concedeu para que eu fizesse. Tenho muita honra de ter sido escolhido pela terceira vez prefeito dessa cidade em uma eleição disputada, difícil e, portanto, com muito mais valor (Filippi venceu José Augusto da Silva Ramos, do PSDB, por pouco mais de 500 votos). Eu já fui prefeito com 33% dos votos, quando não tinha segundo turno. E hoje estou muito mais legitimado, porque fui eleito com 50,1%. Tenho muito orgulho da população ter me escolhido e estamos fazendo a colheita dos quatro anos anteriores."

Finanças:
"Diadema teve R$ 209 milhões de receita em 2001. Em 2005 fechamos perto de R$ 360 milhões. Um crescimento de 72%, e nesse período a inflação foi 38%. Estamos 34% acima da inflação. O ICMS, que significa 45% da receita da Prefeitura, teve um aumento de 29%, quase 10% menos que a inflação. Diadema caiu de 1,4% em 1997 para 1,04% em 2005. E em 2006 passaremos para 1,055%. Ficamos sete anos caindo e revertemos a queda agora. o ICMS, que é um repasse de recursos do Estado, jogou para baixo a melhoria das receitas. Portanto, a gestão financeira feita com os tributos municipais foi muito mais valorosa e significativa. O IPTU e o ISS compensaram a queda e fizeram com o que tivéssemos um resultado financeiro melhor."

Reajuste salarial:
"A gestão financeira coloca a Prefeitura em condições de realizar mais serviços. O reajuste dos funcionários é um exemplo. Sabe quando os funcionários tiveram reajuste maior que 10% em um ano? Em 1995, quando eu era prefeito (foi eleito pela primeira vez em 1992), demos cerca de 16%. Em 1996, foram 8% no ano. Os quatro anos do Gilson Menezes (de 1997 a 2000) foram 3% e no meu mandato anterior, 3%. Esse reajuste representa que consideramos os funcionários públicos estratégicos para realizar serviços à população."

Seqüestros de recursos:
"Em março veio a primeira surpresa: seqüestro de R$ 7,5 milhões para pagamentos de precatórios (dívidas judiciais). E nós já estamos com R$ 16 milhões seqüestrados. Esse é o lado triste da coisa. E ainda perdemos perto de R$ 4 milhões. Em 2004, recebemos esse valor de aplicações financeiras pela boa gestão de caixa. E agora fomos impedidos de fazer isso. Os seqüestros fizeram com que não trabalhássemos mais com nenhum tipo de caixa, antecipamos pagamento do décimo-terceiro salário, senão teríamos problemas para pagar. Então perdemos cerca de R$ 20 milhões. Perdemos R$ 16 milhões em 154 saques nas nossas contas e até agora o padrão de limpeza não mudou, não fechamos serviços. Mas hoje nós estamos com dois meses de atrasos a fornecedores."

Segurança:
"Diadema teve em 2005 índice de homicídio menor do que 2004. No ano passado, já foram registrados índices menores do que a média do Estado de São Paulo. Nós temos muita coisa ainda por fazer nessa área. Fizemos o 2º Plano Municipal de Segurança, melhoria no monitoramento das câmeras de vídeo, além da eficácia policial e fazendo com que a gente tenha melhores resultados nessa área. Tivemos redução na violência entre os jovens e 864 vidas poupadas de 1999 a 2004. E aqui em Diadema o ‘sim’ ganhou no referendo."

Saúde:
"Tivemos uma pausa de dois ou três meses com as obras do Quarteirão da Saúde porque a gente foi mais ousado e quis comprar a esquina. O Quarteirão agora ganhou espaço com mais visibilidade e ampliação de 4,5 mil metros quadrados, aumentando para 15 mil metros quadrados o total da área. Isso significa duas vezes o Hospital Municipal de Piraporinha e expressa a maior parceria entre o governo Lula e a nossa cidade. A nossa prioridade na Saúde é a atenção básica. A prioridade é fazer bem o feijão com arroz, atenção à mulher, criança e adulto, lá onde ele mora. O Quarteirão é para aumentar a resolutividade do sistema. Vai ser um atendimento de retaguarda e complementar. Estou muito contente, porque repactuamos o convênio com o Ministério da Saúde para R$ 18 milhões. Gostaríamos de entregar a obra até junho. Outro dado importante foi a aquisição da Farmácia Popular no município. A gente queria ter inaugurado duas, mas por conta do seqüestro só conseguimos entregar uma. Vamos ver se o projeto teve boa aceitação e aí faremos outras."

Habitação:
"Cerca de 500 famílias de Diadema saíram de barracos e mudaram para apartamentos, fruto de parceria com o governo Lula e o governo Alckmin. Parabenizo, aliás, o governo estadual porque colocou os prédios da CDHU para atender política habitacional local compartilhada, sem fazer sorteio, que na minha opinião, não resolve os problemas em área de risco, cria falsa demanda, já que toda família se inscreve e não resolve o problema."

Unifesp:
"Foi o grande presente da cidade. Isso vai mudar o eixo de desenvolvimento de Diadema. Fizemos uma doação à Unifesp que deverá chegar a 400 mil metros quadrados. Isso representa um quarto da Cidade Universitária da USP (Universidade de São Paulo). Não tenho dúvidas que em 20 anos nós vamos ter de 10 a 20 mil alunos aqui."




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