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Emeb é invadida sete vezes no ano
Por Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
22/09/2005 | 08:29
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Depredações e furtos estão se tornando rotina nos estabelecimentos de ensino de São Bernardo. Quarta-feira, pais de alunos tentaram, sem sucesso, se reunir com a direção da Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Áureo Cruz, no bairro Alves Dias, para pedir providências em relação à onda de violência no local. De um ano para cá, pelo menos sete BOs (Boletins de Ocorrência) foram registrados em delegacias da região denunciando o furto de um equipamento de som, um pára-raios e um bebedouro de aço inox.

Na última sexta-feira, a professora V.G. foi abordada por dois homens armados e teve o veículo – um Fiat Uno Mille SX preto – roubado, às 7h15, quando chegava para dar aula. O carro não havia sido localizado até quarta-feira à tarde. Em março, a também professora T.A. foi vítima de seqüestro relâmpago no momento em que deixava a escola, por volta das 19h. Assustada, pediu demissão. A escola, que atende em dois períodos cerca de 500 crianças com até 6 anos, não tem estacionamento interno. Os carros ficam do lado de fora do prédio. Com medo de represálias, as vítimas não quiseram comentar os casos.

De acordo com a presidente da APM (Associação de Pais e Mestres) da escola, Ana Paula dos Santos, 26 anos, desde o início do ano passado os pais pedem providências à Prefeitura. Além das cópias dos BOs, memorandos da direção da Emeb foram enviados à Secretaria de Educação e Cultura do município relatando os fatos. A Prefeitura admitiu ter recebido os documentos e informou que só se prenunciará nesta quinta-feira sobre o assunto.

Segundo Ana Paula, nem mesmo o caseiro escapou dos marginais. "Ele é GCM (Guarda Civil Municipal) e trabalha à noite, em outro local. Durante o dia, ele descansa. Em um fim de semana que não tinha ninguém, invadiram a casa dele, levaram a farda, a arma e um videogame."

A reportagem esteve na escola na manhã de quarta-feira. Dois guardas faziam a segurança da Emeb. "Geralmente fica um só, desarmado. É pouco para patrulhar a escola e o Centro Esportivo que fica ao lado. Mandaram mais um GCM hoje (quarta-feira) porque sabiam que os pais tentariam se reunir com a direção da escola", reclamou Marcelo Eduardo Faustino, 35 anos, que tem uma filha de 4 anos na escola.

Entre as reivindicações à Prefeitura está a elevação dos muros da Emeb. A abertura de uma via de acesso a um terreno particular nos fundos da escola afetou o muro, que já apresenta rachaduras e inclinação para o lado de dentro da Emeb, no trecho onde funciona o playground. "Até o momento a Prefeitura só liberou dinheiro para a compra de uniformes e material escolar. Os recursos do ano passado já foram usados em outras melhorias. Deviam mandar um engenheiro avaliar a situação do muro e autorizar a diretora a fazer uma cotação de preços para que com o próximo repasse de verba possamos resolver esse problema", afirmou Ana Paula, referindo-se ao repasse anual de recursos da Prefeitura às APMs das escolas municipais.

Em alguns pontos, o muro não passa de 1,5 metro de altura, o que facilita a invasão do prédio. Atrás da Emeb, uma galeria de águas pluviais está sem tampa. "Certamente roubaram para vender. Quando deixo minha filha na escola não fico sossegada", disse a dona-de-casa Selma Maria dos Santos, 38 anos.

As luminárias espalhadas pelo pátio da escola também foram destruídas. Nenhuma delas possui lâmpadas. No ano passado, a escola foi ampliada. Foram construídas duas salas de aula e dois banheiros.




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