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Cartão de crédito fecha 2005 com giro de R$ 211 bi
Por Luiz Federico
Do Diário do Grande ABC
01/02/2006 | 07:55
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Balanço apresentado nesta terça pela Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) revelou que os brasileiros gastaram R$ 211 bilhões em transações com cartões em 2005, um aumento de 23% em relação ao ano anterior. Incluindo os cartões de débito, crédito e os private label (aqueles emitidos pelas próprias lojas), o número de transações saltou de 2,9 bilhões para 3,7 bilhões, um incremento de 26%.

Segundo o diretor de Marketing da Abecs, Antonio Luiz Rios, o volume financeiro movimentado no país por meio dos cartões já representa 21,5% do total de R$ 979 bilhões gastos pelo setor privado. Em 2004, esse percentual era de 20%. Hoje, o Brasil é o terceiro maior emissor de cartões do mundo, com 238 milhões de plásticos em circulação, atrás de Estados Unidos e China.

Estabilidade – “Esse crescimento se deve ao processo de estabilidade da moeda desde 1995, pois a inflação alta era um motivo de resistência dos lojistas, já que eles recebiam o dinheiro 30 dias depois da efetivação da compra”, explicou Rios. Hoje em dia, um milhão de estabelecimentos têm terminais eletrônicos de pagamento em todo o Brasil, 20% a mais que em 2004.

O Brasil vive um processo de aculturação para a utilização de meios eletrônicos de pagamento em detrimento ao dinheiro e ao cheque, realidade mais latente em países desenvolvidos. Em 1995, a participação do cartão, em relação a todos os meios de pagamentos, era de apenas 7%. Dez anos depois, 20% das compras são feitas com o dinheiro de plástico.

Enquanto isso, o cheque vem perdendo espaço. Sua participação caiu de 26% em 1995 para 14% em 2005. O dinheiro ainda é o grande preferido, recuando apenas dois pontos percentuais entre 1995 e 2005 (de 55% para 53%). “O cartão vai tomar o lugar do cheque, mas nosso grande desafio é a substituição do dinheiro pelo uso do cartão”, ressaltou o diretor da Abecs.

A estratégia para crescer será lançar novos produtos, como o cartão de crédito pré-pago, criar mecanismos para que a indústria (pessoa jurídica) passe a utilizar o cartão, além de aumentar o índice de ativação do cartão de crédito e débito – tendo em vista que muitas pessoas solicitam o cartão e não utilizam o produto para compras a prazo, restringindo sua função para sacar dinheiro nos caixas eletrônicos.

Débito – O destaque do setor é o expressivo aumento das transações envolvendo cartões de débito (aquele que o valor da compra é debitado na conta corrente do consumidor no mesmo dia). Segundo o balanço da Abecs, o uso dessa modalidade aumentou 36% em 2005 ante 2004, de 1,1 bilhão para 1,4 bilhão de operações. “Isso quer dizer que as pessoas estão usando o cartão de débito para fazer compras em feiras e padarias, normalmente valores baixos”, diz Rios.

O volume financeiro transacionado com o débito foi de R$ 44,2 bilhões em 2004 e R$ 60 bilhões no ano passado, um crescimento também de 36%. Já o número de unidades saltou de 138 milhões para 171 milhões no período.

O cartão de crédito apresentou um aumento menor em relação ao débito. Os brasileiros gastaram R$ 129,1 bilhões em 2005, contra R$ 108,6 bilhões no ano anterior, um incremento de 19%. Para este ano, a Abecs estima que o valor das vendas totais do setor crescerá 24%, de R$ 211 bilhões para R$ 261 bilhões.




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