Para quem pensa que azeite é sempre sinal de saúde, um alerta. Segundo pesquisa da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), duas marcas comercializadas no País estão fora dos padrões de qualidade. Os produtos Andaluzia e Cocinero não passaram em avaliação por apresentarem ingredientes que não estão estipulados na embalagem. O resultado ainda colocou o azeite Borges como o melhor do teste.

A Andaluzia vendia óleos de sementes oleaginosas adicionados a outros tipos de óleo, como soja e algodão, mas não azeite. O produto da Cocinero continha azeite, mas não do tipo extra virgem, como identificado no rótulo.

Para comprovar a fraude, o teste foi garantido por profissionais em uma segunda análise. Quando apresentado a consumidores comuns, porém, a percepção não ocorreu. A engenheira de alimentos da Pro Teste Vivian Andrade diz que as alterações não são facilmente detectadas.

“Apenas provadores treinados conseguiram perceber a diferença, diante da mistura de óleos. Desse modo fica fácil para as empresas, que fraudam os produtos e não recebem reclamação”, diz.

A questão da embalagem também foi debatida. A dica é optar por produtos que estejam acondicionados em garrafas de vidro. Além de não oferecer a vedação correta depois de aberta, a lata pode transmitir substâncias para o azeite.

Os demais fabricantes – Great Value, Carrefour, Sendas, Salada Especial, Andorinha, Delícia, Musa, Minerva, La Violetera, Pão de Açúcar, Carbonell, Serrata Selecção, La Española, Gallo, Arisco, Vilaflor e La Pastina – não apresentaram problemas sérios. A Andaluzia diz que o lote em questão foi apenas envasado no Brasil. O produto é importado e será retirado do mercado. A Cocinero também importa seu azeite, que garante ser extra virgem, mas fará rastreamento do lote em questão.