De olho no transito Titulo
O ônibus pedestre

Um quarto dos percursos feitos pelas crianças com menos de 16 anos é de ida e volta à escola. Nos trajetos para a escola são aprendidos hábitos

Por Cristina Baddini
31/07/2009 | 00:00
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Um quarto dos percursos feitos pelas crianças com menos de 16 anos é de ida e volta à escola. Nos trajetos para a escola são aprendidos hábitos e práticas de locomoção para o resto da vida como atravessar uma rua com segurança familiarizar-se com os itinerários dos ônibus ou adquirir um mau hábito que é um estilo de vida sedentário e dependente do carro.

Obesidade e congestionamentos
O número de crianças que vão para a escola de carro cresce cada dia mais e isso contribui para promover enormes congestionamentos em várias regiões. A falta de exercício físico também provoca o aumento dos índices de obesidade e hipertensão arterial entre as crianças e adolescentes. Hábitos alimentares inadequados e uma menor taxa de atividade física igualmente contribuem para o agravamento desse quadro. É preciso prevenir o excesso de peso como meio de evitar o acúmulo de gordura e o aumento da pressão arterial nos pequenos. Crianças e adolescentes que vão à escola a pé ou de bicicleta têm menos excesso de peso.

Dicas
Se o seu filho vai para a escola a pé, ensine-o a optar sempre pelos caminhos mais seguros mesmo que às vezes sejam os mais longos e procure sempre indicar as melhores calçadas, as faixas de sinalização e semáforos para pedestres. Ensine a criança a olhar várias vezes para os dois lados antes de atravessar a rua e não ficar em pontos cegos como atrás dos ônibus, de caçambas, de carros e árvores.

Walking bus
Pais de alunos do Reino Unido propuseram uma solução muito legal: o "ônibus pedestre", "ônibus crocodilo" ou walking bus. Formado por um grupo de crianças que vão caminhando para a escola, o walking bus parte de um ponto específico, segue sempre o mesmo percurso e recolhe os passageiros/pedestres nas paradas ao longo do caminho.
As crianças devem usar um colete refletor e caminhar acompanhadas por dois adultos - um motorista, que vai à frente guiando a caravana e um cobrador, o último da fila, que cuida para ninguém ficar para trás.
O movimento é bem organizado e conta com o trabalho voluntário dos pais das crianças que se revezam nas funções de motorista e cobrador. Durante o trajeto, as crianças conversam, exercitam-se, aprendem regras de segurança no trânsito e se acostumam com a ideia de que é possível se deslocar na cidade sem o uso do carro.
O motorista também pode levar um carrinho para ajudar a levar as mochilas escolares, transformando o trabalho de levar as crianças à escola em algo fácil, divertido e mantendo-as ativas.

A ideia ainda não chegou ao Brasil
Começar um ônibus pedestre é bastante simples, principalmente se os pais se encontram no meio do caminho e já se conhecem. Um comboio desse tipo faz as pessoas compartilharem as responsabilidades e permite que os pais desfrutem o tempo livre, quando não é a sua vez de participar do grupo. Conversem com a direção da escola e as autoridades de trânsito responsáveis pelo transporte escolar em sua cidade. Elas podem ajudar no policiamento, divulgação e planejamento dos trajetos.
Quem sabe um dia desses a gente possa cruzar um walking bus pelas ruas de nossas cidades.




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