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Ecovias amplia operações comboio

Devido a mudanças climáticas, procedimento foi realizado em 43 dos 181 dias do primeiro semestre no SAI

Por Daniel Macário
05/11/2018 | 07:17
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Denis Maciel/DGABC


Ação adotada quando a visibilidade no trecho de serra sentido Litoral paulista é inferior a 100 metros, a Operação Comboio esteve em vigor em 43 dos 181 dias do primeiro semestre deste ano no SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), média de uma a cada quatro dias.

Conforme levantamento feito pela Ecovias, concessionária responsável pelas estradas, o índice representa alta de 153% em relação ao volume de procedimentos adotados no mesmo período de 2017, quando foram feitos 17 comboios.

Embora não seja um período com alta incidência de nevoeiro, os meses de janeiro a junho deste ano, conforme especialistas, tiveram de maneira atípica a presença de tempestades, o que pode ter contribuído para a baixa visibilidade das estradas que ligam a Capital ao Litoral, passando por municípios do Grande ABC.

“O maior número desses eventos na primavera-verão pode estar relacionado a um período mais chuvoso”, explica Maria Glória da Silva Castro, geógrafa e professora de Climatologia da FSA (Fundação Santo André).

Dados do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da Universidade de São Paulo mostram que, até setembro, houve 138 dias com precipitações na região, enquanto a média é de 136. De acordo com a geógrafa, este cenário tem sido observado desde os anos 2000, porém de maneira intercalada, com anos mais secos e mais úmidos.

A visibilidade no Sistema Anchieta-Imigrantes, conforme a Ecovias, é medida por meio de equipamentos instalados em pontos críticos de neblina, que enviam informações em tempo real ao CCO (Centro de Controle Operacional) da concessionária e sinalizam aos operadores sempre que a visão de motoristas começa a ficar prejudicada – abaixo de 500 metros.

A partir deste momento, inicia-se o protocolo homologado pela Artesp ((Agência de Transporte do Estado de São Paulo) para essas situações, que inclui o acionamento da polícia para que mantenha equipes preparadas e inserção da informação nos meios de comunicação da concessionária.

Quando a visibilidade baixa dos 200 metros, as alças da interligação são bloqueadas e as viaturas são posicionadas para montagem do comboio. Ao atingir menos de 100 metros em qualquer ponto do SAI, a operação é iniciada na rodovia que estiver sendo afetada. 

Os veículos são represados nas praças de cobrança de pedágio e, depois, são escoltados em grupos de 350 a 500 carros em velocidade reduzida até trecho de melhor visibilidade. As saídas das caixas de comboio são feitas a cada 30 minutos.

Para o professor de Engenharia Civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Creso Peixoto, as operações reduzem drasticamente as chances de acidentes. “Isso porque a neblina reduz o tempo de reação e de percepção. Com o comboio, se houver um impacto, deverá acarretar no máximo um acidente sem vítimas”, relata. 




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