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Lula modifica Estatuto do Torcedor
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
28/07/2010 | 07:16
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem, em Brasília, a lei que modifica o Estatuto do Torcedor e criminaliza a violência nos estádios. Entre as novas medidas estão multa, banimento ou prisão de até dois anos aos torcedores que praticarem agressões ou invadirem o campo, cadastramento dos integrantes de torcidas organizadas para maior controle, além de punição a cambistas e árbitros que manipularem resultados de jogos.

A mudança que envolve diretamente os clubes (ou as Prefeituras) é a instalação de centrais técnicas de informações via monitoramento de câmeras em estádios com capacidade acima dos 10 mil lugares - no Grande ABC, Bruno Daniel, Anacleto Campanella e 1º de Maio se enquadram no perfil. As modificações foram aprovadas com restrições pelos dirigentes da região.

"Achei excelente, bem aplicadas. Demorou muito para tomarem essa atitude. Briga no campo é igual no bar ou na rua e tem de haver punições mais severas e prisão. Mas é preciso que o governo dê respaldo, porque o clube não pode cuidar sozinho de milhares de pessoas", disse o supervisor de futebol do Esporte Clube São Bernardo, Jurandir Martins. "Os estádios têm de voltar a ser locais de confraternização. Mas isso acabou em razão das organizadas. É necessário um pente fino nessas torcidas."

O diretor de futebol do São Bernardo, Edgard Montemor Filho, tem opinião semelhante. "Acho que tudo que é feito para coibir a violência nos estádios é válido. Precisa ter rigidez para combater esse tipo de coisa para que o futebol volte a ser um programa de família", comentou o dirigente que, por outro lado, é contra a obrigatoriedade da instalação de centrais técnicas de informações nos estádios. "Não concordo com isso. Imagine um clube da Segunda Divisão do Acre que tenha um estádio com capacidade de 10 mil lugares, mas em que vão apenas 50 pessoas. Não tem cabimento, porque vai criar mais custos para clubes que financeiramente já têm dificuldades. Tem que ser baseado em média de público ou algo do tipo."

O diretor de futebol do Santo André, Juraci Catarino, concordou com Edgard. "É uma medida interessante (a implantação do monitoramento). Tudo o que vier para aumentar a segurança é importante, mas tem de haver condições para que esse ônus não recaia apenas sobre os clubes. Que o governo e as federações ajudem na despesa", disse. "Mas são mudanças positivas na lei. Baderna afasta as famílias do estádio e, agora, a tendência é aumentar o número de mulheres e crianças nos estádios."

A nova lei proíbe ainda cartazes com mensagens ofensivas, porte de fogos de artifício, instrumentos que possam ser utilizados para prática de violência e gritos discriminatórios, racistas ou xenófobos.




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