O Bradesco, maior banco privado do País encerrou o primeiro trimestre do ano com lucro de R$ 1,705 bilhão, cifra 11,4% superior ao registrado entre janeiro e março do ano passado. Desse total, 25% vieram das operações de crédito. E a estimativa do banco é que este ritmo se mantenha até o final do ano. Já na carteira de pessoas físicas, o crescimento do crédito pode chegar a 30% na comparação ano a ano.

Na comparação trimestral, o crédito para pessoa física cresceu 5,1% em relação a 2006. "As linhas pré-aprovadas minimizam os riscos para as carteiras", disse o presidente do banco, Márcio Cypriano, em teleconferência após a divulgação dos resultados. Ao mesmo tempo em que as pessoas físicas se endividam mais, cresce também a inadimplência: em março de 2006 estava em 4,8%, e em março de 2007 subiu para 6,2%.

Para as grandes empresas, o crédito aumentou em 8,2%, e para as pequenas e médias, em 3,3%. Cypriano afirmou que apesar da diferença expressiva no volume de recursos destinado entre os tipos de empresa, o Bradesco não dá prioridade para as grandes.

Na composição da carteira de pessoa física, o principal destaque é o crescimento dos gastos com cartão de crédito, de 32,4%, seguido pelo cheque especial. Neste caso, a expansão foi de 16,6% em relação ao primeiro trimestre de 2006.

O desafio ainda é crescer no crédito, disse o presidente do banco. O ritmo de redução da taxa básica de juros, a Selic, vem forçando para baixo o spread - a diferença entre a taxa de juros cobrada pelos bancos quando as instituições fazem a captação de recursos e os juros que cobram dos clientes ao conceder empréstimos. Ou seja: para não ter o lucro prejudicado, o banco precisa forçar mais empréstimos, para ganhar em volume. E foi isso que o Bradesco fez.

A expectativa para este ano é a "intensificação da competição, do crédito ao consumidor e do consignado através de financeiras", disse Cypriano. No setor imobiliário, o Bradesco financiou 37,6% a mais do que no primeiro trimestre de 2006.

Em 2007 foram 5.785 imóveis, ante os 2.178 do ano passado. E o volume de veículos financiados para pessoa física também subiu: foi de 14.525 unidades nos primeiros três meses de 2006 para 17.563 neste trimestre.