O cotidiano dos índios Guajá, um dos últimos grupos nômades do Brasil, foi registrado pelo fotógrafo santista Egberto Nogueira. Agora, uma seleção de 37 imagens em preto-e-branco e em cores desse trabalho pode ser vista de quinta-feira a 17 deste mês no Sesi Santo André.

Egberto esteve na região denominada pré-Amazônia brasileira, no Maranhão, em abril de 2000, e manteve contato com os Guajá. A tribo se fixa em diferentes territórios por questões de segurança, já que sofre ameaças de grupos madeireiros e de extração mineral. Quando foram identificados, nos anos 1970, os Guajá somavam 600 integrantes, número reduzido hoje a 250.

Nos registros de Egberto, os Guajá aparecem em harmonia com a natureza. É uma tribo que sofreu até então poucas influências dos "homens brancos". Do mundo civilizado eles usam, por exemplo, apenas algumas vestes, panelas e sabão.

Uma curiosidade é que as mulheres Guajá em fase de aleitamento alimentam com seus seios filhotes de animais como porco-do-mato e jabuti.

A exposição, intitulada Índios, é itinerante. Desde julho de 2004 vem sendo apresentada em diferentes unidades do Sesi. No Grande ABC, essa é a primeira exibição.

Egberto iniciou sua carreira como fotógrafo em 1988 e, desde então, trabalhou em diversas publicações nacionais. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão os registros do sofrido dia-a-dia de catadores de caranguejo do Piauí e a situação caótica do transporte coletivo urbano em São Paulo.