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Comer pastel de feira é sagrado aos domingos
Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
24/05/2010 | 07:05
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Todo domingo é a mesma coisa: comer pelo menos um pastel na feira é sagrado. Entre uma compra e outra, não há quem passe imune a esta tal barraca, uma das mais disputadas nas 35 feiras livres realizadas no Grande ABC. Embora o cardápio seja vasto - a lista tem mais de 15 opções, ao preço médio de R$ 2,50 -, a preferência é pelo bom e velho pastel de carne, unanimidade entre os petiscos.

E essa informação dada pelos pasteleiros é confirmada pelo pequeno Gabriel Vitor, 7 anos, que quase todo fim de semana acompanha a mãe, a bancária Renata Sindeli, 30, à feira da Vila Guiomar. "Gosto mais do de carne", responde, de bate-pronto.

Os dois compunham a vasta clientela da barraca mais movimentada da feira - que conta com mais três. Eliane Suemi Kanashiro, 32, uma das proprietárias desta pastelaria que funciona no local há 18 anos, diz que, aos domingos, a venda chega a 800 pastéis. E qual o segredo para ganhar da concorrência? "Qualidade e um sabor especial", explica, com largo sorriso no rosto, característica que também agrada aos clientes.

E muitos emendam o lanchinho na barraca de caldo de cana para alegria do dono, José Augusto Arena, 58, que já não sabe nem quantos copos vende aos domingos. "Só sei que são muitos", garante.

MADE IN JAPAN
Em um concurso de melhor pastel feito em São Paulo no ano passado, oito dos dez finalistas eram de origem nipônica. Não é para menos. Basta passear pelas feiras do Grande ABC para constatar: nas oito barracas analisadas pela reportagem havia descendentes de japonês.

O petisco foi trazido para o País pelos imigrantes chineses. Mas foram os japoneses que vieram por conta da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que popularizaram o pastel a partir da década de 1960. "Acho que isso ocorre porque japonês, pelo que vejo na minha família, gosta de trabalhar junto. Então tem desde o neto até o avô", analisa Eliane.

Independentemente da nacionalidade do pastel, ele substitui, para muitos, o café da manhã. "A gente vem quase todo domingo aqui (feira livre de Utinga)", disse o técnico em materiais José Firmino, 47, que estava acompanhado dos dois filhos e da mulher. Por conta desse costume, às vezes o almoço fica para mais tarde.




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