A pesar de ter focinho que lembra a tromba do elefante e ser o maior mamífero terrestre brasileiro - com até 320 kg e 1,20 m de altura -, a anta é parente do cavalo e do rinoceronte. Assim como seus primos, é herbívora e tem estômago e intestino bem desenvolvidos, capazes de digerir a grande quantidade de fibras presentes nas gramíneas (vegetação rasteira) que come. Gosta ainda de comer plantas aquáticas, bromélias e frutos.

A pequena tromba, chamada probóscide, une o nariz ao lábio superior. Este órgão funciona como nariz, servindo para captar odores e perceber o ambiente em que se encontra. Os melhores sentidos desse bicho são olfato e audição.

No mundo, existem quatro espécies de anta, sendo que três delas vivem em países das Américas do Sul e Central. Apenas uma é encontrada no Sudeste da Ásia. A espécie brasileira (Tapirus terrestris) está presente no País inteiro, principalmente nas regiões de florestas em que há bastante oferta de água. No entanto, também pode ser vista em ambientes abertos, como o cerrado e o pantanal matogrossense.

A gestação dura cerca de 13 meses. Nasce apenas um filhote, que pesa, em média, 6 kg. Nos primeiros meses tem pelagem marrom com listras brancas para facilitar a camuflagem no meio da vegetação. O bebê começa a ingerir alimentos sólidos com apenas cinco dias de vida. Em geral, permanece com a mãe até completar nove meses; mas há casos em que recebe cuidados até 1 ano. Depois disso, passa a ter hábito solitário. Em cativeiro, pode chegar aos 35 anos.

Bicho é muito esperto
Tem gente que utiliza a palavra anta para xingar outra pessoa. Entretanto, engana-se quem pensa que o bicho não é esperto. Pelo contrário, é muito inteligente. Tem a capacidade de se automedicar. Quando come frutos muito verdes (que fazem mal) ou planta tóxica, logo procura argila ou carvão para ingerir. Essas substâncias têm a propriedade de acabar com o efeito nocivo daqueles alimentos.

A anta vive em ambientes conservados, e sua presença indica a qualidade do ecossistema que ocupa. Apesar de ser encontrada em todo o território brasileiro, está ameaçada de extinção devido à devastação de florestas e caça para servir de alimento.