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Alunos andreenses são destaque em provas de astronomia

Dos 523 medalhistas do Grande ABC, 338 são do município, considerando também escolas das redes estadual e particular

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
05/12/2014 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Os alunos da rede municipal de Santo André foram destaque na OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica) e receberam suas medalhas na manhã de ontem, no Planetário Johannes Kepler, localizado na Sabina Escola Parque do Conhecimento, na Vila Eldizia. O concurso é realizado há 17 anos, com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Integrando participantes dos ensinos Fundamental e Médio em todo o território nacional, o objetivo é despertar o interesse pela astronomia e ciências afins.

Dos 523 medalhistas do Grande ABC, 338 são andreenses, considerando também as redes estadual e particular de ensino.

De 29 escolas municipais saíram 37 medalhas de ouro, 88 de prata e 109 de bronze. O número de crianças que se destacaram neste ano mais que dobrou em relação a 2013, quando 99 estudantes alcançaram as três primeiras colocações da disputa. Para o secretário de Educação Gilmar Silvério, o resultado deve-se a uma somatória de esforços. “Podemos atribuir aos professores, que se capacitaram para preparar os alunos, ao desejo dos estudantes de aprender cada vez mais e ao investimento que a Secretaria de Educação tem feito na área nos últimos dois anos”, ressaltou. “Esse número de crianças medalhistas reflete que, futuramente, teremos grandes cientistas e estudiosos das mais variadas áreas. O Brasil tem carência de pesquisadores e estamos dando os nossos primeiros passos para preparar nossos alunos para se tornarem os melhores profissionais”, completou.

No Planetário Johannes Kepler são desenvolvidos cursos específicos para os professores retransmitirem o conteúdo aos participantes da olimpíada. Para o coordenador científico do espaço e do Teatro Digital de Santo André, Marcos Calil, a OBA é a porta de entrada para muitos alunos ingressarem no estudo da astronomia. “É nesse momento que eles começam a descobrir como é gostoso poder estudar e desperta a curiosidade científica.”

A prova, feita em maio, é constituída de sete perguntas de astronomia e três de astronáutica. Emily Alves Moreira, 9 anos, medalhista de ouro da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Professor Paulo Freire, contou que a avaliação foi fácil. “Foi muito legal participar.”

Já para o colega de Emily, Gabriel do Nascimento Costa, 9, as questões não foram tão simples, embora ele tenha conquistado a medalha de prata. “Achei meio difíceis as perguntas sobre os planetas.”

Pedro Henrique Pereira Peciulis, 9, que ficou com o bronze, comentou que se preparou para a prova. “Fiz um monte de lição e os professores me ajudaram.”

Região tem desempenho progressivo

Outras cidades do Grande ABC também registraram melhor desempenho na OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica) deste ano em relação a 2013. Em Diadema, oito alunos da Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Fabíola de Lima Goyano ganharam medalha de bronze no ano passado. Neste ano, foram 86 contemplados – 53 são da Emeb Quintanilha (14 medalhas de ouro, 13 de prata e 26 de bronze) e 32 alunos da Emeb Fabíola (11 de ouro, 13 de prata e 8 de bronze). Cerca de 1.200 alunos do 2º ao 5º anos realizaram a avaliação.

Em Mauá, foram premiados nove estudantes em 2013, todos da Escola Municipal Cora Coralina, passando para 25 (seis medalhas da mesma unidade, sendo duas de ouro e 19 da rede estadual). As demais prefeituras da região não informaram seus números.

Para o físico e professor de Pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie Ítalo Francisco Curcio, a promoção de atividades culturais com temas genéricos, como a OBA, mostra que a Educação vai além de disciplinas básicas, como Língua Portuguesa e Matemática. “Muita gente não sabe que astronomia é uma ciência. Para explicar as estações do ano, por exemplo, são necessários conceitos astronômicos.”

Curcio ressalta que as escolas deveriam instituir olimpíadas para preparar cada vez mais os alunos. “Se fez uma olimpíada interna e deu errado, ali ficou o aprendizado de um monte de coisas para orientar os alunos que, em um evento macro, a nível nacional, passa a ter efeito diferente, porque todos já saberão quais erros não podem mais cometer.” 




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