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Empreendedores avançam negócios no Grande ABC
Por Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
23/09/2010 | 07:03
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O volume de microempreendedores individuais que buscaram formalizar seus negócios no Grande ABC mais que quintuplicou neste ano. Até o dia 20, 5.168 pessoas aderiram ao MEI, sendo que em fevereiro este número chegava a 1.000, segundo o escritório regional do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo).

A adoção à Lei Geral da Micro Empresa e Empresa de Pequeno Porte pelos municípios está motivando a formalização desses empresários. A expectativa da gerente do escritório regional do Grande ABC do Sebrae, Josephina Irene Cardelli, é que até o primeiro semestre de 2011 a legislação esteja vigente em todos as cidades. Até agora, São Bernardo, São Caetano, Ribeirão Pires e Mauá têm a lei aprovada.

Santo André tem 1.545 microempreendedores individuais (ver arte acima), seguido por São Bernardo (1.371) e Diadema (863). De acordo com o Sebrae-SP, o Estado São Paulo tem 100 mil pessoas cadastradas no portal do empreendedor.

Aprovada em dezembro de 2008, a lei que criou o programa considera microempreendedor o trabalhador autônomo que recebe até R$ 36 mil por ano. A medida beneficia profissionais como ambulantes, doceiros, eletricistas, cabeleireiros e manicures, que ganham direitos trabalhistas e previdenciários que não tinham na condição anterior.

POTÊNCIA
São Paulo é o Estado que registra o maior índice de abertura de empresas do País. Anualmente são em média 200 mil novas PMEs (Pequenas e Médias Empresas). Se fosse um País, o território paulista ocuparia a sexta posição no ranking europeu, ficando atrás apenas da Itália, Espanha, França, Alemanha e Reino Unido.

O indicador de novos negócios em São Paulo é o dobro de países como Dinamarca, Noruega e Finlândia, que possuem mais que o dobro da nossa renda per capita.

Para o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, é importante observar que o indicador de mortalidade entre essas empresas caiu. "Sinal que os empreendedores estão mais capacitados para conduzir o negócio."

Há dez anos, a cada duas empresas que eram abertas por oportunidade, uma existia por necessidade. Atualmente esta proporção é de três para um, ou seja, 77% dos empresários identificaram filão de negócio.

 

Homens de 35 anos são maioria dos pequenos empresários

Cerca de três quartos dos novos empreendedores no território paulista são homens com idade entre 25 e 49 anos, aponta pesquisa sobre o perfil desses empresários elaborada pelo Sebrae-SP. Nos últimos 12 anos, a participação dessa faixa etária permaneceu estável.

De acordo com o diretor-superintendente da entidade, Ricardo Tortorella, o número de jovens e mulheres investindo em PMEs (Pequenas e Médias Empresas) também está crescendo. Os empreendedores com faixa etária de até 24 anos dobrou entre 1999 e 2007 de 6% para 12%. Enquanto a participação das mulheres avançou de 32% para 36%.

O professor e coordenador do núcleo de empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, Afonso Cozzi, salienta que 50% das inovações surgidas nos últimos anos foram provenientes das pequenas empresas. "Elas têm um forte componente de inovação em suas atividades", destaca o especialista. (Alexandre Melo)


Feira do setor espera reunir 40 mil visitantes em SP

Pela primeira vez em São Paulo, encerrando um circuito de 14 eventos nas principais capitais do País, a Feira do Empreendedor, que acontecerá entre 17 e 20 de novembro, no Expo Center Norte, deverá reunir 40 mil visitantes entre interessados em lançar negócios e donos de empresas.

Ainda estão abertos aproximadamente 80 boxes para que pequenas empresas possam expor seus produtos e serviços ao público. Os interessados deverão acessar o edital disponível na página www.sebraesp.com.br. Também acontecerão rodadas de negócios e congressos.

A entidade destaca a importância do evento em São Paulo, devido à massa de MPMEs (Micro, Pequenas e Médias empresas. "O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil é de R$ 2 trilhões, destes fatia média de R$ 800 milhões é proveniente de São Paulo, sendo que as MPMEs colaboram com R$ 260 bilhões", ressalta o diretor-superintendente do Sebrae, Ricardo Tortorella.

Entre janeiro e agosto, o ritmo de crescimento no faturamento dessa fatia do mercado foi de 10%, devido à base anterior fraca, desencadeada pela crise econômica em 2009. Para o restante do ano, a previsão é crescer no mesmo ritmo do PIB, de 7%.

Na região, a gerente do escritório regional do Grande ABC, Josephina Irene Cardelli, diz que o faturamento das PMEs se recupera em ritmo menor, na casa dos 5%, devido à dependência da indústria, afetada com a crise. (Alexandre Melo)

Setor de serviços abocanha mais espaço entre micro

As empresas do setor de serviços têm registrado forte crescimento na participação das PMEs (Pequenas e Micro Empresas), segundo levantamento do Sebrae-SP. Em 2000, na região metropolitana de São Paulo, 47% das companhias eram do setor de comércio, 39% serviços e 14% indústria.

A projeção é que nos próximos cinco anos, o cenário seja o seguinte: comércio (44%), serviços (47%) e indústria (9%). Essa perspectiva inclui as cidades do Grande ABC.

De acordo com o Sebrae-SP, nesse contexto, destacam-se as firmas dedicadas aos serviços para terceira idade, estética e meio ambiente. O polo de cosméticos de Diadema, é um exemplo deste novo cenário, aponta a gerência regional Grande ABC.

A são-bernardense Microstyli, especializada na fabricação de peças para inspeção de máquinas, também espera crescer no setor de tecnologia, que já apresenta potencial expressivo de expansão.

Fundada há um ano, a indústria que tem como sócia Patricia Araújo, já conta com com clientes como a Mercedes-Benz, Liber (Caçapava) e Weg Motores (Joinville). "Vamos participar da Feira do Empreendedor para aumentar a visibilidade da nossa marca. Não é fácil enfrentar a concorrência estrangeira, mas estamos confiantes."(Alexandre Melo)




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