Economia Titulo Veículos
Concessionárias de luxo são menos atingidas pela crise

Revendedoras de carros populares sofrem
com a restrição dos bancos ao financiamento

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
26/07/2015 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC:


Redes de concessionárias autorizadas focadas em atender público mais sofisticado estão sentido menos a crise econômica do País, que fez encolher em 19% as vendas de veículos zero-quilômetro no primeiro semestre, apontam representantes do setor. “Aqueles que têm produtos de até R$ 60 mil sofrem mais”, diz o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato das Concessionárias de Veículos do Estado de São Paulo), Octavio Vallejo.

Enquanto marcas como Volkswagen, Ford, Chevrolet (fabricada pela General Motors), Fiat, Peugeot e Citroën registram retração nos licenciamentos no primeiro semestre na comparação com mesmo período de 2014, automóveis das japonesas Nissan, Toyota e Honda; das alemãs BMW, Audi e Mercedes-Benz; e da americana Chrysler, por exemplo, seguem com a comercialização ascendente. Vallejo cita que um dos fatores é que as faixas de renda mais baixas são mais atingidas pelas restrições dos bancos para o acesso ao financiamento.

Em todo o País, são 7.900 concessionárias autorizadas, número que encolheu em 242, com o fechamento de 492 lojas, compensada em parte pela abertura de 250 revendas. No Grande ABC, o número de estabelecimentos do segmento também reduziu. Havia 106 no ano passado e agora são 96.

Na região, em 2014, como exemplo, a Citroën deixou de ter loja em São Caetano; em maio deste ano, a Fiat Itavema fechou e a Peugeot encerrou operação em Santo André neste mês. Além disso, houve mudanças: no ano passado a Sandrecar, da marca Ford, deixou de operar em Santo André e São Bernardo, sendo substituída nas duas cidades pela rede Auto Prime, com a mesma bandeira.

Há ainda movimento de consolidação no ramo. Há dois anos, o grupo Vigorito, que tem revendas Chevrolet, adquiriu a Avel Volkswagen, em Santo André e São Bernardo, que passou a se chamar Vigo Motors. Para o diretor da Vigorito Hermes Schincariol Júnior, para um mercado que vai encolher em cerca de 1 milhão de veículos no País neste ano, é natural que os grupos de concessionárias busquem se adequar. “A grande maioria fechou pontos de venda para reduzir custos”, diz. Ele conta que sua rede, que contava com 15 unidades, fechou uma no bairro Jabaquara, na Zona Sul da Capital, que ficava próxima de outra loja da companhia.

Schincariol Júnior também considera que marcas premium, focadas no público mais sofisticado, não enxergam a crise. Ele acrescenta que o momento é propício para quem tem recursos disponíveis e disposição para comprar, já que os estoques estão elevados e as empresas do ramos estão oferecendo descontos e fazendo promoções, por exemplo, com taxa zero e parcelamento em 36 vezes.

EXPANSÃO

Na contramão da crise, a Toyota está em processo de expansão da rede desde o ano passado. A montadora inaugura até o fim do mês revenda em Mauá, na Avenida João Ramalho (Parque São Vicente). Embora tenha produto abaixo de R$ 60 mil – o Etios sai a partir de R$ 40.890, de acordo com o site da empresa –, a montadora se destaca com as vendas do Corolla (cotado a partir de R$ 69.690), que é líder nacional no segmento de sedãs médios e que teve crescimento de 25% nas vendas no primeiro semestre na comparação com igual período de 2014.

Outra empresa que também tem planos de ampliar sua presença é a Jeep, pertencente ao grupo FCA (Fiat Chrysler Automobiles), que deve ter dois pontos de venda exclusiva até o fim do ano. Um dos focos é aumentar espaço para vender o modelo Renegade, fabricado em Pernambuco e que tem preço a partir de R$ 70 mil.


Toyota amplia rede para ter mais capacidade de atendimento

Com crescimento de 3% nas vendas de carros zero-quilômetro no primeiro semestre deste ano ante igual período de 2014, a Toyota traçou estratégia para ampliar a capacidade de atendimento a clientes em todo o País. A marca já instalou 37 concessionárias em 2014, dos quais 11 no formato 3S, que são estabelecimentos mais completos, com showroom, pós-venda e oficina, e 26 no 2S, que são lojas menores, focadas em revisão e manutenção, para que o proprietário de veículo não tenha de se deslocar muito para ter esse serviço.

Neste ano, até junho, foram abertas 20 dessas lojas simples e a expectativa é inaugurar mais 37 até o dezembro. A de Mauá, que funcionará no Parque São Vicente, está em fase de testes e abre oficialmente ao público no dia 30. A unidade vai operar com o modelo simplificado.

A marca conta hoje com 200 concessionárias em todo o País, das quais 150 são do tipo 3S e outras 50 em formato mais simples, as 2S. Ainda segundo a empresa, dependendo do desempenho e da demanda, um posto de serviço pode dar lugar a uma loja completa.




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