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Atila usou FUABC para empregar cunhado, diz PF

Prefeito de Mauá também é acusado de indicar aliados para cargos em fornecedoras do Paço

Por Júnior Carvalho
do dgabc.com.br
24/12/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O prefeito preso de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), é acusado pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Trato Feito, de usar cargos na FUABC (Fundação do ABC), que gerencia o sistema de Saúde na cidade, para empregar o próprio cunhado.

Representação da PF também revela que Atila tinha poder de indicação de aliados em diversas empresas privadas que prestam ou prestaram serviços ao Paço e à Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), o que a polícia considera como “capilaridade de sua influência e possível existência de troca de favores”.

Entre a papelada encontrada na residência do ex-secretário João Gaspar (PCdoB, Governo), braço direito de Atila, que também foi preso, a PF encontrou uma anotação que “demonstra o uso de cargos comissionados para indicação de pessoas de interesse da organização criminosa” em que Atila seria o principal beneficiário, segundo a PF.

Nesse rascunho escrito à mão, há lista de cargos e salários, seguido da anotação “colocar o cunhado”. O parente seria Thiago Rolim Rios, irmão da primeira-dama Andreia Rolim Rios – que também exerce cargo de secretária de Políticas para as Mulheres –, que era funcionário da FUABC (gerente administrativo) e que supostamente atuava no Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini.

Além das planilhas de João Gaspar, a PF também encontrou um pendrive em posse do prefeito. Ao investigar o conteúdo da mídia, encontrou “extensa relação de pessoas que foram indicadas para contratação por empresas diversas que prestam serviços à Prefeitura, à Sama e à Câmara”.

A PF elenca várias prestadoras de serviços que teriam empregado aliados de Atila, sendo a maioria no ramo de construção civil: Alfa Real Construtora e Comércio; Construbrás Construtora; Garloc Transporte, Logística e Locações; Geométrica Engenharia de Projetos; MCA Bombas; Oestevalle Pavimentações e Construções; e Probase Engenharia e Vector Serviços. “Observa-se, assim, que as indicações foram negociadas com empresários que mantêm vínculo estreito com o prefeito Atila e, concomitantemente, contrato com a administração pública de Mauá, tratando-se de mais um indício de que fraudes licitatórias são realizadas em benefício dessas empresas”, diz trecho da representação da PF entregue à Justiça Federal. O relatório pondera, porém, que “não é possível afirmar” que os aliados que supostamente foram empregados em troca de favores “atuem nos interesses da organização criminosa”.

Na época da contratação de Thiago Rolim Rios, a FUABC informou ao Diário que o quadro de pessoal que atuava em equipamentos de Mauá estava passando por “rigorosa fiscalização” e que “todos os casos que estivessem em desacordo com as políticas de trabalho da Fundação do ABC” seriam “adequadamente resolvidos”. 




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