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Sarney mente sobre fundação e pode ser punido
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13/07/2009 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A confirmação de que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), é o responsável pela fundação que leva o seu nome abriu caminho para uma investigação por quebra de decoro parlamentar. Na avaliação de senadores, Sarney mentiu em plenário ao afirmar, na quinta-feira, que não tem "nenhuma responsabilidade administrativa" com a Fundação José Sarney, suspeita de desviar R$ 500 mil de recursos da Petrobras para empresas fantasmas e da família do senador.

O jornal O Estado de S.Paulo revelou anteontem que o estatuto da entidade não deixa dúvidas sobre o comando exercido pelo senador. Como fundador e presidente vitalício da fundação, Sarney assume "responsabilidades financeiras, tem poder de veto e preside o Conselho Curador", formado por amigos e familiares.

Um artigo diz que, em caso de morte de Sarney, sua mulher ou alguém da família assumirá o comando da fundação. Mais: uma coleção de fotos mostra o presidente do Senado assinando o convênio com a Petrobras em dezembro de 2005.

"A mentira configura quebra de decoro e é caso para perder o mandato", avalia o senador Demostenes Torres (DEM-GO), indicado por seu partido para integrar o Conselho de Ética.

Em plenário, Sarney respondeu a uma indagação do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) sobre as denúncias de desvios na fundação patrocinada pela Petrobras para um projeto cultural que nunca saiu do papel. "Quero dizer que eu não tenho nenhuma responsabilidade administrativa naquela Fundação", respondeu o presidente do Senado, segundo o registro das notas taquigráficas. Dias defende que essa contradição seja investigada pelo Conselho de Ética do Senado. "De boa ou má-fé, houve uma falsa informação", afirmou.

A assessoria de Sarney alega que ele deu poderes, em uma procuração, para o amigo José Carlos Sousa Silva presidir "em exercício" a fundação. O Grupo Estado obteve esse documento. No texto, o senador não abre mão do controle da entidade, muito menos da presidência vitalícia.




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