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Igrejas católicas sofrem com invasões

Foram quatro os templos que tiveram objetos
quebrados e ocorrências de furtos no Grande ABC

Por Yara Ferraz
27/08/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Igrejas católicas do Grande ABC vêm sofrendo escalada de depredações. Conforme levantamento da Diocese de Santo André, quatro já foram invadidas, três só neste ano. O caso mais recente ocorreu na madrugada de ontem, na Igreja Bom Jesus de Piraporinha, em Diadema. De acordo com o pároco, o padre Dayvid da Silva, esta é a segunda invasão de vândalos na igreja em período de dez dias. Na primeira tentativa as portas da igreja e do sacrário, onde as hóstias são guardadas, foram danificadas. Já no episódio mais recente, a Polícia Militar conseguiu agir a tempo e prender em flagrante o indivíduo responsável pela invasão.

“No primeiro caso deu a impressão de que a pessoa somente entrou aqui para vandalizar, mas agora ficou claro que ele queria roubar. Nossa sorte foi que um vigia escutou o barulho e acionou a polícia”. O caso foi registrado no 3º DP de Diadema (Taboão). De acordo com o padre, os episódios recentes fizeram com que responsáveis pelas igrejas da região ligassem o sinal de alerta. “Estamos estudando medidas para coibir essas ações”.

O vigia Sebastião Silvério de Godoy, 66 anos, que foi o primeiro a entrar na igreja após o primeiro caso de invasão lamenta a série de ocorrências. “Foi um dia terrível. Quando o padre informou que não teria missa por conta do roubo, muitas pessoas choraram.”

Também recentemente, a capela São Gerônimo, parte da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, localizada no Parque Miami, em Santo André, foi furtada. No dia 7 de agosto, os ladrões levaram mesa e caixas de som. “Chegaram a espalhar as hóstias no chão”, contou o pároco, padre Cícero Soares da Silva.

Na Igreja Nossa Senhora do Bom Parto, na Vila Clarice, em Santo André, a ocorrência ocorreu na madrugada do dia 29 de maio. “Quando a secretária chegou pela manhã, viu que tinham entrado na igreja. Abriram a porta do sacrário e derrubaram a eucaristia. Levaram dois retornos de som”, contou o pároco, padre Renato Fernandez.

O caso mais antigo, de 2015, foi registrado em Rio Grande da Serra, na capela São Joaquim, que faz parte da Paróquia São Sebastião. Utilizado para celebração de missas, o local foi invadido e vandalizado. Diversas imagens foram quebradas. A Delegacia de Polícia da cidade investiga o caso, mas não localizou os responsáveis.

O bispo dom Pedro Carlos Cipollini acredita que o aumento de igrejas profanadas está relacionado à intolerância. “São casos que não acontecem para roubar, para comer ou levar algo de valor, por exemplo. O intuito é profanar e isso é muito mau. Mostra que a intolerância vai chegando no aspecto religioso”, afirmou.

Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado informou que as ocorrências de Santo André e de Diadema, registradas como furto, estão sendo investigadas pela Polícia Civil. “Diligências estão em andamento, visando identificar e prender os autores”, reforça o texto, emendando que não foi identificada ligação entre os casos tampouco “elementos que indiquem que os crimes foram praticados por intolerância religiosa”.

Já a Polícia Militar ressaltou, em nota, que os locais onde ficam as igrejas são prioridades do patrulhamento.

(Colaborou Daniel Macário)




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