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Fabricantes de cigarro novamente na mira da justiça americana
Da AFP
25/09/2006 | 16:41
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A Justiça americana validou nesta segunda-feira um processo coletivo contra vários fabricantes de tabaco por propaganda enganosa sobre os efeitos nocivos dos cigarros "light".

O juiz Jack Weinstein, de um tribunal federal de Brooklyn (Nova York) validou um processo apresentado inicialmente em 2004 e marcou a escolha do júri para o mês de janeiro.

O processo Schwab, assim nomeado em função de uma das demandantes, Barbara Schwab, foi emitido contra Philip Morris, Reynolds, British American Tobacco, Liggett, Brown and Williamson e Lorillard, por considerar que essas companhias enganaram os consumidores sobre os efeitos nocivos dos cigarros "light" para preservar seus benefícios.

"Quase 50 milhões de pessoas se juntaram a este processo coletivo", disse à AFP Michael Hausfeld, um dos advogados dos demandantes.

"Pedimos entre 100 e 200 bilhões de dólares, o que corresponde à quantia arrecadada com a venda dos cigarros 'light' desde 1971 (data do início da venda deste produto)", acrescentou Hausfeld.

Paralelamente, "vamos pedir às comissões de regulação dos 50 estados americanos que retirem as licenças de todos esses fabricantes de cigarros", informou este advogado.

Contactado pela AFP, o fabricante Reynolds declarou que recorrerá a uma corte de apelações de Nova York.

"Não concordamos com a decisão do juiz de validar esta queixa em caráter coletivo, pois cada pessoa que fuma cigarros 'light' escolhe esses cigarros por motivos diferentes", frisou o porta-voz, David Howard.

"Neste contexto, um processo coletivo não pode ser reconhecido como tal", acrescentou.

A Philip Morris também informou que contestará a natureza coletiva do processo. "O grupo vai tomar imediatamente as providências necessárias para iniciar o processo de apelação", afirmou a empresa em comunicado.

A Philip Morris, que pretende recorrer à mesma corte de apelações que a Reynolds, vai pedir a suspensão do julgamento "até que a corte de apelações tome uma decisão" à respeito.

"Este caso foi constituído por indivíduos que não têm problemas de saúde decorrentes do cigarro, que continuam fumando cigarros 'light' e que não pagaram mais caro para fumar Marlboro Light do que teriam pago para fumar Marlboro vermelho", destacou a Philip Morris.

Este novo julgamento "é um revés para os fabricantes", frisaram os analistas do site financeiro Briefing.com. No entanto, a Justiça americana foi recentemente complacente com a indústria do tabaco, famosa por suas polpudas contribuições financeiras à campanhas eleitorais nos Estados Unidos.




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